segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Sorte de hoje: Divida sua felicidade com os outros hoje mesmo

nhamrram!

Dói o estômago só em pensar na dor que vai ser quando o tempo decidir que o tempo acabou.

Não quero saber.

Eu não quero saber das suas histórias nem dos seus lamentos
Não quero saber da sua vida,seus sentimentos muito menos das suas palavras
Cantadas, faladas
Sorridas, mentidas
Escondidas e olhadas
Telefonadas, telepensadas.
Eu não quero saber.
Não quero saber se seu céu não amanhece lindo como o meu
Se a sua janela faz barulho quando você tenta conter a luz no seu quarto
Se a tua voz não alcança os agudos que te fazem ser ouvido!
Não quero saber da música que te faz chorar e nem o dvd que te lembra bons momentos
Eu não quero saber de nada por que não me interessa e nem faz diferença na minha vida.Nunca fez!
Por que na vida a gente constrói coisas em cima do que ficou pra trás,meu bem.

sábado, 29 de dezembro de 2007

PASSAGEM DO ANO

PASSAGEM DO ANO


O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o
[ calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória,
[ doce morte com sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o
[ clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.

O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus...

Recebe com simplicidade este presente do
[ acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos
[ séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras
[ espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.

O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles... e nenhum resolve.

Surge a manhã de um novo ano.

As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Gallo

Aquelas horinhas que antecediam o amanhecer eram as mais cruéis.Ter que ouvir o galo cantar antecipado,nervoso,desafinado e com pressa de me tirar do lugar onde eu queria ficar parada ali, olhando a sombra cinza pro resto da minha vida,era frustrante.
O palavrão-delícia na boca rosa tem gosto ácido mas é doce,tem um quê de agressividade mas é terno,tem a violência das palavras que entram pelo ouvido e vão direto no estômago mas ao mesmo tempo faz carinho nos ouvidos que as ouvem.A violência de não querer dormir sozinho com os galos.E junto às luzes do poste da rua fria ,as luzes de natal me fazem querer paralizar aquele momento e matar o enforcado o esgalamido galo ao lado.
Maldito galo quer me tirar do lugar onde eu queria criar raízes, daquelas que vão fundo,axiais,pivotantes ou até mesmo as adventícias que dão base sólida para uma árvore grande porte.Árvore esta que eu construo,diferentemente das que estamos acostumados a ver por ai,d'onde de uma sementinha que germina com todo o amor e carinho do solo e forma primeiramente uma plântula,uma muda e depois quem sabe um arbusto ou uma árvore.A minha árvore não é assim, eu construo todos os dias um pedaço dela,com o mesmo amor.E pra cada dia meu, desses que o galo incomoda,uma camada considerável de células xilemáticas,floemáticas e parenquimáticas vai sendo incrementada à minha árvore.Já passaram das raízes, pois a árvore já consegue ficar em pé, se sustentar sozinha e estão no caule até chegarem as folhas, flores e frutos.E antes mesmo de chegarem as folhas e as flores,eu sei que o fruto estará maduro,por que como eu sou uma garota esperta,todo os dias ao construir a minha árvore eu já estou trabalhando o fruto para que quando chegar a hora ele esteja pronto para que eu tenha o prazer de colhê-lo.O mesmo prazer que eu tenho em cultivá-lo.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Sem nenhuma dor no peito.

O que parecia tão distante, hoje é tão normal que chega a dar raiva(raiva boa).Sentir-se parte de si e da imagem que os olhos refletem faz você entender um tanto das coisas do mundo e das suas próprias coisas.Por que quando você deixa de lado as limitações bobas,não que sejam increditáveis mas no momento, não há necessidade de se apegar às coisas pré-estabelecidas(não sei por quem) que não servem de nada, além de impedir que vivamos as coisas boas da vida.Não da vida dos outros,das nossas vidas,da minha e da sua sem 'nenhuma dor no peito'.
Por que o bom mesmo é sentir-se bem.

What if i say i´m not like the others?

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Novo

Fim de ano (denovo),cabelo novo,ano novo,meses novos.
Janeiros, fevereiros ,novembros e dezembros
Sol,Calor,Chuva e frio
Novos Ares,novas vibes
Novos ombros e braços
Novos olhos e novos abraços
Inovo o novo
Denovo o velho
O novo que vem não me surpreende
Tenho mais um ano inteiro pra decidir
O que vai ser novo, o que vai ser denovo e o que eu vou jogar fora.

Mas tudo isso, denovo?

Good, good e-mail

"Hello,

Just to let you know…

Your ....has now left w.a.s.t.e. in the UK.

It is now too late to make address changes or order cancellations.

You can expect delivery of your ... in the following estimated times.

UK 1-8 days
Europe 3 -14 days
Rest of World 5-18 days

December is a busy time of year for postal services globally, so please be patient."



Êbaaaahh
5 -18 days!
(!)

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

De tudo que eu sei, é que o que eu sei é tão pouco.

Não entendo de artes, pintores, telas,tintas e nem artistas plásticos.
Não entendo de arquitetos, tentências, cores, formas, curvas, perspectivas e muito menos de cálculos vetoriais.Não entendo de medicina, de órgãos, substâncias, reações químicas e nem físicas do corpo humano.*

*Não entendo, mas sei que acontecem muitas vezes eu até posso ver as reações químicas acontecendo.
(!)

Não entendo de pautas, de matérias, de estórias, métricas de frases, conjunções,poesias, poemas, textos, adjetivos, coerencia, reportagens nem fotografia.Não entendo de mapas, de relevo, de populações e relações humanas.
Não entendo de árvores, de flores, solos, microorganismos, tecidos vegetais e componentes celulares.Não entendo de música, não sei nome muito menos sobrenome de rock stars, não sei de suas vidas, seus feitos, não sei da cronologia dessa coisa toda,não sei de revoluções, de pessoas que fizeram história, de drogas, sexo e rock'n'roll.Não entendo de marcas, mecanismos de manipulação de massa, logística, marketing e nem de computação.Não entendo de agressividade -apenas no trânsito- não entendo de discussões filosóficas, de agressão verbal e nem de rasgação de seda.
Não entendo de rancor,de mágoa e nem amigos imaginários.

Eu não entendo de tantas coisas mas nem me sinto tão mau assim.Tenho certeza que eu posso,ter,ser,fazer o que eu quizer.
(ui, O BOTICÁRIO! hehe)
O ano de 2008 será curto pros planos que eu tenho pra mim.Ah será!

Vontade.Disponibilidade.Paciência.Costas largas.Saco fundo.
Faro apurado.Senso crítico.Percepção Aguçada.Serenidade.Calma.Humildade.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Tempos em tempos

De tempos em tempos de olhos abertos,o mundo me dá olheiras;
De tempos em tempos pensando,o mundo me dá dores de cabeça;
De tempos em tempos imaginando,o mundo me dá angústias;
De tempos em tempos clamando,o tempo me dá caminhos;
De tempos em tempos me achando,o mundo me dá as costas;
De tempos em tempos tentando,o mundo me dá respostas.

Sobre Nuvens




É sobre elas que falo.
Elas denovo.

Amor Perfeito


És minha base, meu exemplo, minha amiga, concelheira
És meu dicionário, meu manual de normas e conduta
És a solidez das minhas angústias
És responsável pela minha ânsia pelo mundo
És responsável pelo que eu sou de bom hoje
(o que eu sou de ruim, assumo a responsabilidade total)
És a paz que eu preciso
És a palavra que acalma
És a força que eu acho quando penso que não tenho mais
És a calma e a compreensão do meu mundo
És o meu travesseiro e meu sonho bom.
És a flor do jardim da nossa casa
És minha mãe.



Amo muito e com todas as forças que as vezes eu acho que não tenho.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Blocos de Gelo

Talvez meus pés sejam feitos de blocos de gelo.
Ás vezes eles derretem e eu derreto junto
Me deixo levar no fluxo fluído
Rua, carro, tijolo,mesa, gente
É tudo tão concorrido!
Noutras eles me colocam no chão
Cravam no solo bases sólidas
E me colocam no meu lugar
O lugar da minha cabeça aonde não é permitido sonhar
Me lembram o que eu tenho que fazer:
Manter o controle.
Sempre.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Sadô masôô

é isso que eu sou

Sadô masôoo
(...)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Fluída.

Isso, vem
e lava tudo que for de ruim
arrasta a sombra purpurinada
borra o lápis e o rímel preto
tira do cabelo o cheiro do cigarro
limpa cada poro
sujo de sujeira do mundo
limpa a lama
limpa a alma
limpa o caráter
(se tiver)

Isso, vem
me leva
me arrasta
junto com tudo isso
pra um lugar que nem você sabe onde é
pega na minha mão e me acompanha
até que no fim
possamos nos tornar UM só
no meio da sujeira e das coisas ruins
como um oásis
junto,bom e só.

Isso, vem
limpa as feridas
fz sair a sujeira dentro de dentro de mim
limpa as cascas
tira as marcas
limpa o tempo
com o tempo.
Arrasta com avidez
Sem pudor e nem rancor
Por que não se sabe quando tu virás denovo
Faz o teu serviço
Faz o bem sem olhar pra trás
Faz cem, mil quantas vezes for
Faz sem esquecer de olhar nos olhos
Sem medo de ver o que só eles te mostram
Amor? Rancor? Dor? Pudor?


Isso, vem.

Programa de Domingo





Acho que os indícios de minha velhice espiritual estão aflorando gradativamente.
Como que eu sei? Ontem eu fiz um programa típico de velho:
Fui ver uma feira de móveis .Não vou dizer que não foi legal por que eu estarei mentindo, tem umas coisinhas bem interessantes principalmente com relação ao aproveitamento de resíduos de madeira(isso me interessa)
Depois, fomos( eu minha mãe e uma amiga dela) comer pizza e ver a iluminação de natal do palácio e da gameleira. Também não vou dizer que não foi legal,por que foi oras.
E o pior é que eu gostei,isso é preocupante!

domingo, 9 de dezembro de 2007

Portas

A gente fecha as portas
para não ouvir as verdades

(que não querem ser ouvidas)

Mas elas
ficam batendo
pedindo
perturbando pra entrar
e
acabar com meu estômago
acabar com a minha paz.

As vezes eu penso em trancar
e jogar a chave fora
Engolí-la pra que nem eu possa desistir da idéia
voltar e destrancar
ser vencida pelo cansaço
noutras
penso em deixar aberta mesmo
e desistir de resistí-las.

Elas sempre me vencem
de
uma
forma
ou
outra.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

PASSAGEM DO ANO

PASSAGEM DO ANO


O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o
[ calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória,
[ doce morte com sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o
[ clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.

O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus...

Recebe com simplicidade este presente do
[ acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos
[ séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras
[ espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.

O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles... e nenhum resolve.

Surge a manhã de um novo ano.

As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.

Há tantos diálogos

Diálogo com o ser amado
o semelhante
o diferente
o indiferente
o oposto
o adversário
o surdo-mudo
o possesso
o irracional
o vegetal
o mineral
o inominado

Diálogo consigo mesmo
com a noite
os astros
os mortos
as idéias
o sonho
o passado
o mais que futuro

Escolhe teu diálogo
e
tua melhor palavra
ou
teu melhor silêncio
Mesmo no silêncio e com o silêncio
dialogamos.

Carlos Drummond de Andrade

*Pra Ana.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Elas denovo 2°

E se o mundo fosse feito de nuvens.
(fossem elas branquinhas como carneirinhos ou cinzas como a calçada suja)
Eu adoraria me esconder por trás delas e observar
as pessoas
os carros
os cachorros
as árvores
os carrinhos de pipoca
os homens vestidos de papai noel
as prostitutas
os ambulantes
os deficientes
os estudantes
as faladeiras


o tempo


E que eu pudesse seqüestrar alguém pra ficar comigo, olhando, olhando eu o faria. Ter com quem compartilhar as loucuras e bobagens da vida(minha) é tão bom.
Deve ser.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Bobagens da minha cabeça.

Eu estava comendo camarão e me veio a seguinte pergunta à cabeça:
Porque será que os frutos do mar são chamados de frutos do mar?
Segundo a Wikipédia:
"Em termos botânicos, o fruto é uma estrutura presente em todas as Angiospermas onde as sementes são protegidas enquanto amadurecem. De forma prática, os frutos são quaisquer estruturas das Angiospermas que contém sementes."

Então por que eu não posso chamar uma banana ,por exemplo, de fruto da terra?(eu até posso,posso chamá-la do que eu quizer ,mas por que ela não tem esse sobrenome que indica a origem?)
*Maçã-do-latossolo férrico
*Banana-da-terra-de-índio.
Não soa bem, eu sei.

Por outro lado:
"Na culinária os frutos do mar ou mariscos são produtos comestíveis extraídos do mar, tais como crustáceos, moluscos e outros pequenos animais marinhos, com a exceção dos peixes."
Tudo isso é culpa do português! Na língua inglesa fruto-do-mar se chama Seafood.Tá vendo?Diz tudo!

O português é tão complicado!
E sabe? aquele camarão tinha cara de frutinha e só tinha merda na cabeça...
rê rê rê

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Elas denovo.

Nasceram flores, nasceram fungos, maribondos e futuros moribundos.
O sol nasceu todos os dias no mesmo leste tangenciando a janela se infiltrando pela persiana.
E derrepente a luz do sol ficou branca mudando de astro pra satélite. As vezes metade, as vezes inteira iluminava os olhos côncavos brilhantes.
Ali deitada no chão frio, observava as nuvens (ah, as nuvens!) mudar de forma, dançando com o vento.
Graciosamente brancas às vezes eram corações, carneiros e dragões. Noutras pássaros, notas musicais, espadas e derrepente aviões!
Queria poder escrever com luz o que se via, pois a memória nova em folha já é gasta.

Sentindo

Sentir crescer com violência o sorriso que vem de dentro.
Sentir o palpitar da pupila dilatada (pa pu) brilhando em uma competição covarde com o sol.
Sentir as pernas mexerem descompassadamente em um ritmo insolente,daqueles difíceis de dançar.
Sentir os braços do tamanho do mundo, braços moles de fraqueza e fofos que nem algodão branco que acaricia a alma com o coração na mão.
Sentir crescer dentro de si a violência do ar em movimento que faz fechar os olhos e ver as ondas passarem.
As ondas invisíveis e audíveis que passam, abrem e fecham as janelas paralelas amarelas, são as mesmas ondas que fazem os pêlos do braço mole arrepiar de uma maneira diferente daquelas que fazem arrepiar de medo.

Ouvindo:
'Sentindo a solidez do que é volátil em silêncio' hehhe

sábado, 1 de dezembro de 2007

Amavisse - Hilda Hilst

Como se te perdesse, assim te quero.
Como se não te visse (favas douradas
Sob um amarelo) assim te apreendo brusco
Inamovível, e te respiro inteiro

Um arco-íris de ar em águas profundas.
Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.

Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios inundada.


Além das palavas bonitas, a verdade.