quinta-feira, 21 de maio de 2009

bizarriceas kalinaceas

tive um sonho bizarraceo. sonhei que estava dentro de um ônibus. era gigante, parecia um trem, um metrô que eu não conseguia ver o motorista. o ônibus estava andando em alta velocidade e eu só sabia disso por que meus cabelos estavam esvoaçando-se e meu rosto estava meio desfigurado, como se eu estivesse fazendo careta o tempo todo. eu babava, tentava lamber a baba mas minha língua não conseguia sair da minha boca. eu estava tendo uma overdose de oxigênio. me sentia mole mas me sentia feliz. o veículo parou. olhei pela janela eu não via nada além de uma imensidão azul. era o céu ou era o mar? estávamos flutuando. estávamos eu não sei, não me lembro de ninguém do sonho, mas eu estava flutuando. não, na verdade éramos nós mesmo. eu e o ônibus. mais de um já é plural. eu vi umas nuvens mas elas cresciam grandes, gordas e verdes. pareciam brócolis de algodão doce. achei estranho. então, começa a fazer um barulho estanho, como se o chão estivesse se rachando no meio. aquele barulho estridente de metal. olhei pro meio e pra baixo e realmente: o chão estava se rachando. pela fresta eu podia ver muita luz amarela e verde. aos poucos vinham saindo uns galhos marrons, iam se espalhando, emergindo do chão que não era chão, era céu. não era mar senão eu teria morrido afogada. os galhos começaram a invadir o espaço, iam crescendo e folhas também. as folhas cresciam muito rápido, naquele efeito que é o contrário de slowmotion. era uma samaúma de folhas vermelhas belíssimas. os galhos como não conseguiam furar o teto do ônibus, iam fazendo voltas e mais voltas dentro do espaço até formar meio que um jardim emaranhado de verde, marrom e vermelho. agora que eu não conseguia ver o fim mesmo. mas na verdade no fim de tudo, eu estava ficando sufocada pela beleza e grandeza da árvore que sentei nas raízes, fui escorregando até cair no buraco que a árvore tinha feito no chão. eu abri os braços e voei.

acordei com as mãos arranhadas de balançar contra a parede que tem grafiato.