terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Da ciência evolutiva aos lavadores de carros.

Algo que há muito tempo vem tomado tempo na minha cabeça, hoje permitiu-me chegar a uma conclusão, não mais que óbvia para alguns, mas muito confortante para outros. Afinal, é sempre muito mais fácil creditar as descobertas diárias, conclusões, insights à ciência. "A ciência tudo explica" e realmente explica. Tudo depende do seu nível de conhecimento, do seu ciclo de amizades ou da sua curiosodade de procurar respostas às inquietudes e questionamentos que talvez nem seu pai e nem sua mãe saberão responder, a não ser que eles sejam cientistas ou estudiosos da sua área de interesse. Seja pela internet, pelos discovery's da vida, livros, revistas, sejam pelas aulas de ciêcias, biologia, química e até pelas malditas aulas de física, você sempre acaba tirando aquela duvidazinha tão íntima, que não tem coragem de compartilhar com os outros por medo de ser chamado de burro, de te darem zero e de contarem tudo para a sua mãe. "Não acredito que tu não sabe disso. aí é burro, mermão" e por aí vai. Isso quando não partem para o lado apelativo da coisa. Inclusive, essa coisa de humilhar, de debochar, destruir o próximo, também é algo biologicamente explicável, mas não vem ao caso. Não à esse.

Não há como negar as habilidades inerentes ao ser humano. Assim como não se pode negar que a habilidade de polegar opositor não é nada mais que uma tendência genética, desenvolvida por muitos e muitos anos, inclusive pelos macacos, nossos primos. Ok, seus primos. Concordo com oo determinismo biológico e que tudo e todos os tudos estão pré-dispostos geneticamente à inimagináveis possiblidades culturais, físicas, mentais- hoje em dia, até virtuais- de serem o que são e o que não gostariam de ser. O ambiente, o meio, o todo, o inteiro, influenciam na manifestação, desenvolvimento, ou não, de certas tendências. Um mundo de possibilidades que cabem numa espiral de dupla hélice, proteinada, turbinada, elétrica, bombante dentro de cada célula do corpo. Há controvérsias que você pode até discordar em partes. Mas só em partes pois na ciência o nada é inquestionável, ou seja, tudo o é.

No reino animal, e no vegetal também, seres com a cargas genéticas semelhantes, equivalentes, e, reprodutivamente falando, viáveis, procuram parceiros ( no singular e no plural) idem. Mas como lidar com a concorrência no meio natural onde uma planta não pode alisar o cabelo, não pode se enfeitar de ouro, usar salto, shortinho, decote e nem atacar o macho para garantir vantagem reprodutiva e perpetuadora de semelhantes? Como um animal pode impedir a fêmea que está no cio, doida para 'reproduzir' com vários, ou apenas com um - a monogamia existe. Não é lenda. Porém, evolutivamente falando, para algumas espécies não é interesante pois limita as possibilidades e chances de mais 'semelhantes' pairando por aí, por muito e muito tempo. Talvez hommo sappiens seja uma delas. Ênfase para o talvez. A natureza é sábia e dá artifícios, trejeitos, cores, aromas, 'atributos', vantagens para alguns, permite a transformação, mutação, adaptação, criação de novos mecanismos únicos capazes de garantir tudo que um ser vivo quer: Nascer, resistir às dificuldades ambientais, se alimentar, se reproduzir, morrer e gerar vida para outros.

Mas a natureza de um homem, macho, XY, de hoje em dia é no mínimo intrigante, pra não dizer imbecil. É instintivo- e há quem diga que o 'instinto' não exista, porém é inegável que algo há- no comportamento de um homem ao presenciar, avistar e até apenas ouvir falar, de uma mulher bonita, atraente, potencialmente, sexualmente ativa, ou com alguma qualidade que disperte o interesse, em outras palavras: basta ser mulher. Lembrando que falo de uma espécie específica de homens: pedreiros, lavadores de carros, flanelinhas, mendigos, limpadores de janelas, consertadores de ar condicionado, vigias, motoristas de ônibus, moto-taxis, vendedores de chinelos, de pipoca, de banana, de balões, de sorvete entre só mais alguns outros. Você está incluido nessa lista? Então não se 'doa', meu rapaz. Claro que os atributos externos potencializam facilitando ou dificultando o encontro dos 'x', mas concluo que basta a bicha ter nascido mulher mesmo. E falo sério, sem medo de ser feliz. É inegeável, I-N-E-G-Á-V-E-L, a influência que mulheres bonitas, atraentes, têm sobre os homens. E claro, que a inversa pode ser verdadeira. Ênfase para o pode. E claro também que aí entra o fenótipo provável da portadora dos melhores genes, do melhor ' instinto' maternal, potencial educadora e criadora dos filhos entre outros. E toda aquelas coisas geneticamente programadas, como chips de celulares. Não que isso seja socialmente assumido, mas como eu disse " a ciência explica tudo".

Há uma paralisação que dura apenas uns segundos. Para-se tudo que se está fazendo. Hormônios são disparados com o sinal: " ALERTA, ALERTA" e ele sorri com o canto da boca, descontrai as sombrancelhas, dá uns trejeitos nas pernas, arruma a roupa, quando tem tempo, penteia o cabelo, passa um pouco de cuspe na sombrancelha, uma água na boca, acelera os batimentos cardíacos e, como consequência, a circulação sangüinea por todo o corpo. isso mesmo, todo o corpo. Já era. Os olhos brilham e ele cria uma batalha interna com o bom senso e a educação e solta um: ' Oi, gatinha'. A educação e o bom senso vêm de casa, por isso não podemos exigir mais das pessoas do que elas podem nos dar. Uns te elejem realeza em segundos com aquele delicioso : "oi, princesa'. Outros te jogam de volta para a barriga da sua mãe com : "oi , bêbê", ou te dão asas de presente com : 'Oi, anjo'. Calma, tive que parar um pouco de escrever e respirar, por quer tenho certeza que ser cantada por um pedreiro não é exclusividade minha, e sei que muitas hão de concordar que é muito, mas muito imbecil um homem achar que uma mulher vai dar mole, se sentir atraida por esse tipo de comportamento e a surpresa, não tão surpresa é: muitas mulheres dão mole, se sentem atraídas, por esse tipo de homem. Ok, cada um no seu quadrado, mas o meu quadrado só é meu, e eu não suporto ter que suportar esse tipo de situação. Não gosto de ser bem atendida só por que sou mulher. Não gosto quando falam manso, calmamente, com o corpo emitindo sinais comportamentais. Não gosto de adjetivos, de cortesias e nem de gente que 'pega' . Gente que fala pegando na gente pelo braço. Gente que se insinua. Não. Não. Não. Prefiro um homem grosso, chucro, mas educado e simpatico por naturza, do que aqueles que mudam totalmente sua maneira de ser por causa da presença de uma mulher. Isso pra mim é fraqueza, vulnerabilidade, por que as mulheres espertas se quizerem, fazem o que quizerem mesmo com um otário que se amolece por qualquer 'XX'.

Ou seja, como a ciência explica, não adianta se extressar e achar ruim. Talvez reza, resolva. Macumba, sei lá. Mas acho que só daqui a uns 10 anos ( se o mundo não acabar em 2012) as mulheres terão se revoltado com esse comportamento idiota que eles, os homens, terão desenvolvido outra maneira de atrair fêmeas, acasalar, reproduzir, perpetuar a espécie...