sábado, 11 de julho de 2009

eu, deserto P. D.

Tem crescido desertos em mim
Infinitos longos com gosto de jasmim
(só pra rimar)
Cheiros e cores de balas de festim
Tem crescido desertos, areias
O vento espalha pelas veias
A vontade de não ser só mais um grão

Na multidão dos milhares
Sente-se pequeno tal qual como era
Os peso da idade na barriga
Os traços da morte que passou na face
O deserda do seu destino que era um dia ser feliz
Mas pra que serve viver o destino se
O passado que te mata?

Não se sabe se foi, mas a dor do deserto
Vem rasgando o passado presente
Ao invés de flores delicadas
Cactus suculentos, agressivos na beleza
Frágeis demais pelos tempos
Que batem em suas pseudo folhas
(gordas)

Temporal em copo de areia
Vendaval de maldade veio, passou e continua vagando
Bate aquela vontade de morte
Tempestade em lágrima órfã
Se vão como se nunca tivessem existido
(que frase mais passada!)
Grão de areia perdido
Sem certeza do que o fim pode trazer

Aos montes, uma cáfila de sonhos montados
Que engole cada pensamento
Como se fosse amargo remédio
Verde lodo azedume
E aquela careta que não pode faltar

Um buraco ficou e no lugar, vida
No fundo dos olhos, janelas serradas
Da mais pequena e insignificante, fica na sua
Desertos que crescem dentro de corpos
Ventos do nordeste do sul do Brasil
Onde ventos fazem curvas
Não movem montanhas
E sim dunas.