domingo, 19 de julho de 2009

G#m

as ruas continuam vazias
mas cheias de listras, faixas brancas
e eu continuo à pé sonhando com sinfonias
de artistas mortos e ricos
mantenho meus pensamentos mais mortos do que vivos
vivo nas linhas
não consigo sair delas
música, música, música
vem pra mim em notas que eu não conheço
com sentimentos que me fazem cantar sóis menores
música, música, música
me faz pensar no mundo de linhas retas, ondas sonoras
magras, gordas, reverbéricas
pra eu embalar meu sono de dia
que é a qualquer hora
música, música, musica
me diz pra que tu existes na minha vida
se não é pra me fazer cantar
se tenho a voz tão desafinada e aguda
que nem meu cérebro aguenta pensar
me diz por que mãos que se mexem e se machucam
não conseguem seguir um ritmo só
que possa ser acompanhado por um maestro
com duas mãos delicadas, macias e com cheiro de cremes para as mãos
me diz por que eu que tenho dois ouvidos
um com mais cera, outro não
que não conseguem traduzir essas ondas que pairam por aí
enrroscam em fios de telefone, em receptores de satélites
e não conseguem chegar ao seu destino final
minh'alma anda meio sem sal.