terça-feira, 25 de março de 2008

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Eu odeio muito mais a gramática hoje do que um dia odiara. Pra falar a verdade eu nunca odiei gramática tudo isso aqui é mais uma viagem da minha cabeça que está livre de pensamentos numéricos,(por enquanto),sonoros(por enquanto),livre de palavras faladas(por enquanto)mas não livre de pensamentos escritos na mente,esses não.

Parece que tudo que eu li(foi pouco menos do que eu gostaria de ter lido)e aprendi, não serve de nada pois o conhecimento acumulado não se faz presente em silêncio muito menos em desuso.Vira pó.Vira arquivo da memória falha.Mas eu tenho o poder de escolher o que eu gosto de usar,de ouvir e do que não.

Prefiro muito mais os pontos.Finais.Continuando's. Os dois pontos,aqueles um em cima do outro,me assustam por que advertem:'Lá vem mais palavras','Agora é minha vez de falar'.Como se precisasse dizer!

Os travessões são meus inimigos pois eu quase nunca tive oportunidade de usá-los.'É aquilo que o segue', 'Como eu dizia'. Apenas os ouço,sempre,constantemente.Ouço por que quero, não minto,por que se não quizesse,o ponto final seria um triunfo meu.

As vírgulas sim, essas são incessantes.Prolongam,pausam sem expectativa prévia pro fim, torturam adjetivos seguidos de verbos mal passados,abrem o buraco, cavam mais fundo pras palavras entrarem e sem ter pressa de ir embora. Abrem sem dar licença para travessão alheio,muito menos dois pontos(um em cima do outro).Seguem seguindo, descontroladas,ameaçadoras e angustiantes, seguem sim.Pequenas curvas feitas à lápis ou caneta,ou até mesmo com os dedos e teclas,visualmente sem peso,tornam-se bombas,pedras,punhos pros ouvidos e pra cabeça, principalmente.
Lê-se.Ouve-se.Pouco fala-se.Muito fala-se.Pouco deixa-se falar.E tudo acaba não em um ponto final.Quizera eu.Acaba com pontos.Três.Um seguido do outro.Horizontalmente.Pro infinito.

Aqui sim, eu posso usar meu ponto final.Posso mesmo?