eu, eles, ruivos ao ver a castanheiras mortas de pé, zumbis testemunhas centenárias, sequer, de um futuro passando de costas pros outros muitos que viriam
eu, eles, impacientes, com monstros metálicos rasgando tudo aquilo abaixo do chão, revirando, revolvendo, remoendo vida em pó, vermelha
eu e eles ruivos, sólidos, a chacoalhar ossos, peles e estômagos cheios de água, mirando aquele horizonte tortuoso sem ao menos ver a miragem do suposto fim, água parecer
eu, eles, urubus e bois, esperando a próxima chuva ou o próximo caminhão chegar, eu e eles, ruivos de poeira do chão, do pó da terra, esperando pela camada de progresso, negra, sob rodas, chegar.