quarta-feira, 23 de junho de 2010

Depois tudo vira uva.

É sempre assim. No começo o choro é diário, todos os dias, durante o dia todo. No dia seguinte, também. No outro, também. Depois desse outro, diminui um pouco. O choro só vem quando a lembrança vem também. Mais alguns dias e assim, um pouquinho no travesseiro, outro tantinho no banheiro, outro tantinho na cozinha preparando um pão com manteiga, outro tantinho dirigindo e quando na rádio toca aquela música: mais um poucão. Depois de alguns meses, tudo isso vira raiva que se transforma e dor no estômago, acompanhado de gastrite, acidez, suco de limão. Depois disso tudo, vira uva.