Do ano que passou não fiz retrospectivas. Não me afoguei em nostalgia de tempos que não mais vão voltar. Não fiz listas, resoluções e nem promessas. Minto, fiz uma lista dos livros que li e quando olho sinto vergonha. É muito menos do que eu gostaria de ter lido. Pouco mais de meia dúzia. Alguns lidos de caboarabo, outros incompletos, mas lidos. Tirei poucas fotos da minha vida, das minhas coisas, das minhas pessoas. Não sei se é desapego ou se estou começando a desacreditar. Talvez eu esteja empenhada em fortalcer minha memória com lembranças que realmente aconteceram. Como felicidades, como abraços, sorrisos e momentos verdadeiros e não aqueles ensaiados para serem registrados pelas lentes. É disso que se sinto falta. Se não foi registrado e nem ensaiado, cadê-los?. Me falta magnésio na memória ou me falta cotidiano? Me falta uma câmera fotográfica ou me falta vida?
Agora vem a parte dos desejos: Nesse ano me dedicarei à mim mesma. Meu intelecto, minha profissão, tudo aquilo que eu puder usar só pra mim e que ninguém, mas ninguém mesmo pode destruir. Pode até atrapalhar, mas nunca destruir. Quero fazer mais coisas boas às pessoas. Quero poder mostrar o que há de bom dentro dessa carapaça aqui. Tem. Claro que tem. Não quero mostrar para mostrar simplesmente. Irradiar, contagiar, florescer e iluminar pretendo. Desejo não esperar muitas coisas do mundo. Desejo sim, poder aproveitar o que preciso das mais diversas situações. Não pretendo mudar pessoas. Pretendo apenas fazer parte delas, mesmo que seja da menor parte boa que se tenha. Quero fazer parte da parte boa que se tem. Quero dizer amor! Trabalhar meu corpo e minha mente. Ter uma vida mais saudável. Fazer coisas construtivas e satisfatórias. Quero contiuar escrevendo e cada vez mais me aperfeiçoando com vida. Quero viajar bastante, conhecer lugares e pessoas que valham. Quero ter registros. Quero cartas. Bilhetes. Músicas. Perfumes. Esse ano vai ser o ano eu e o mundo!