quarta-feira, 29 de setembro de 2010

a textura das minhas mãos tem acompanhado meu estado de espírito.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Resuma-se: - Aqui. Pega. Tuas coisas.

domingo, 26 de setembro de 2010

Do lado do soutien que cabia mais peito, cabiam também sentimentos que muitas vezes precisariam ser guardados nos olhos, para que não tivessem de ser materializados. As pessoas roubam aquilo que não tem título de propriedade. Vejam só os índios! O uso capião virou velhaco, mas ainda cheio de dentes. O meu? rosna de vez em quando.

quantos dos meus cabelos crescem em um mês?
me perguntei ao perceber que me sinto brega, mas às vezes, relevo.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

tão poético quanto você roendo suas unhas dos pés.

o que fazer com a saudade trazida na mochila?

Sobre vassouras e cavalos

Sinto saudades dos meu ossos, da minha solidez e do meu humor de verão. Aqueles que a gente amanhecia, eu, tu e os sóis ventilados, bem cedo pra poder sair e caminhar sob as areias quentes, também de verão. É aquela felicidade que a gente não sabe como se foi, pode ter ido com o mar, com o vento, com o rio ou com o sorriso que ficou calado esperando alguém terminar de falar pra dar o último suspiro ou dizer simplesmente: é. E é como se fosse mesmo, mas sem vontade de voltar. Sei lá o por que dessas coisas que essas linhas imaginárias acabam guiando nossas vidas. Só sei que acredito nelas, independente de quais nomes possam elas ter.

Estive em vários lugares ao mesmo tempo, em um deles chegou um menino, nos altos de seus 10 anos, de cabeça baixa, e ao olhar pra cima, pra mim, sentada tomando uma água mineral com gosto de sal, percebi que ele tinha vasourinhas nos olhos. Cada palavra era uma vassourada naqueles olhos redondos, como todos são, mas eram profundos e queriam me dizer muitas coisas. Muitas delas eu consegui entender, muitas outras não. Olhar de criança é matador. Fiquei lembrando das vassourinhas por dias, semanas, meses. Ele dizia algo sobre uns cavalos que tinham fugido da fazenda onde seu pai trabalhava. Que eram lindos e muito especiais. Um deles era preto e usava luvas brancas. Perguntei: Usam luvas brancas? Ele respondeu que sim, como se não fosse nenhum absurdo um cavalo usar luvas. Ele brincava com uma folinha seca desenhando caminhos pelo chão. Se dizia triste por ter que ir atrás dos cavalos: Eles correm muito, estou cansado de correr. Eu disse, fica aqui um pouco, puxei assunto sobre a sua familia, mas ele só falava dos cavalos. Disse também que se fosse um cavalo, valeria muito mais que um. -Acho que eu valeria um milhão de reais. Perguntei o por que de ser tão valioso, e ele respondeu: - Eu corro bastante, não nego corrida não, sou leal aos meus pais e amigos, raramente fico nervoso e, olha só o que eu tenho - levantou a blusa de manga comprida e me mostrou as mãos - tenho luvas brancas. Meus olhos se enxeram de lágrimas. Aquilo tinha sido uma das coisas mais bonitas que eu já tinha ouvido. Ele tinha problema de pele, esta estava sempre coberta. De repente ele levanta em um pinote e sai correndo e quando percebi vi um cavalo marrom, brilhante, forte com as patas brancas, também correndo pelo pasto.

-Pareciam luvas mesmo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

se o medo da culpa passou, nada mais impede essa consciência imunda.

tenho mentido pouco.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

dentre árvores e rostos,
os nomes sei de poucos.

cometi pecados crocantes