domingo, 17 de janeiro de 2010

A santidade pinga 2

plic.plic.plic.plic. a santidade pinga no balde. escorre a santidade pelos poros abertos por espinhas da adolescência no meio da testa. plic.plic.plic. é um suor salgado, coisa de rins debilitados. plic.plic.plic. a santidade escorre e corre pelas veias junto com a frase mais faladas de todos os tempos: e você? era sempre uma pergunta com um cinismo no canto esquerdo da boca mordida. daqueles sorrisos que a gente vê a maldade e a amargura de uma vida pregressa, sem muitas emoções mas muitas decepções. as decepções ficavam por sua conta, era um frustrado, santidade. Nunca casaria, nunca pariria, nunca choraria aos prantos pedindo perdão. Santidade, a casa santa fica logo ali na esquina. plic.plic.plic. de vez em quando pegava um paninho e enxugava o bigode e um palito de dente para os que ainda sobravam.