segunda-feira, 20 de julho de 2009

poderia ser um texto, mas não é


carta de recomendações:


adjetivos patenteados não podem ser reproduzidos sem prévia autorização, muito menos póstuma. as fragrâncias da memória andam por baixo de pés de laranjeiras, sob sete palmos anões. a ostentação não deve ser reproduzida em casa por crianças, idosos, zumbis, monstros e nem animais contaminados por outros animais contaminados, tipo aqueles que habitam as mentes. quando se fala em mundo, se fala em mundo muito inteiro, não só uma banda. quando se fala em sonho, não se trata daquele que vende na padaria, muitas vezes dentro vejo pesadelos. apesar de você achar que as tesouras, vassouras, plásticos descartáveis, câmeras fotográficas e lápis (no plural) de cera- o giz vocativo- copos de cerveja, sofás de couro cabeludo, doces coloridos (que mal há?), estrelas, luminárias, luas, geladeiras, lençóis manchados de sangues heterogênios e multi dna's, plaquetas e placas bacterianas, escova de dente vermelha de pasta, porta e alma escacarada e estuprada por aqueles que não devem ser nomeados- jamais- papéis, pênis, tênis e brincos solitários adotados alheiamente, bicicleta, monociclo, monoteta, brusquetas, bolsinhas, filhas e gatos, nomes compostos, aviões, lágrimas conjuntas, telefone celular, copos diamantes, painél de madeira serrada, pulsos e água com sal têm alguma coisa em comum, eu continuo achando que aquele quadro pendurado, poderia ter uma inclinação de 15° pra direita, pra que eu pudesse admirá-lo com o pescoço caído e meus olhos enxergassem aquilo que foi escondido pelo pintor ou pelo fanfarrão do falsificador de obras, de palavras e de vidas.