quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Das minhas letras e dos livros de português - que foram apostilas.

Me escrevo por necessidade, não por vaidade ou por esperar algo além de ver minhas palavras, meus erros de português nessa telinha, com essa fonte que desgosto um pouco, mas que não diminui meu prazer. Com essa justificação quadrada, parecendo ter saido de dentro de uma caixa. Não deixa de ser, mas minha caixa é meio ovalda. Com esse layout pobrinho, sem muitas cores, diferente das que vejo no meu mundo. Prazer esse comparado a ver um quadro na parede do corredor, onde muitas pessoas podem vê-lo, ou só você e mais dois ou três. Ou cinco.


É prepotência demais achar que textos sem nexo, poesias pobres e cheias de coisas azedas possam conquistar leitores assíduos, fãs, admiradores secretos e até desejos sexuais. O mundo já é feio e estranho demais, pra alguns. Aquele contador é fictício. Foi geneticamente manipulado. Escrevo por ter a caligrafia extremamente horrível. Da minha assimetria corporal, deve haver alguma influência na mão direita, pois essa parece ser, anatomicamente, despreparada para escrita. As aulas de português, literatura e redação eram uma tortura. Tanto pra mim quanto para os professores. Eu sei, poderia ter sido corrigido na infância. Não vou culpar a Tia Luzia por não ter me obrigado a dar a volta ao mundo com alfabetos manuscritos. Talvez fosse pra ser assim. Letra feia e pensamentos idem não são pra qualquer um.


Engraçado que nas disciplinas que eu mais tinha dificuldade de me expressar grafísticamente, eram justamente as que eu mais gostava. Sempre li todos os livros paradidáticos do ensino médio, fundamental e até pra fazer o vestibular, onde muitos acabavam por cascavulhar resumos, palavras e sentidos mastigados dos mesmos. Decorava as regras gramaticais para corrigir os amigos. Coisa chata, eu sei, mas eu fazia.


Hoje em dia, não é mais assim. Sempre fui simpatizante da lei do uso e desuso de Lamark. Aconteceu comigo e com os livros de português - que por um tempo foram apostilas positivas. Deve acontecer com outras coisas também. Quando se para praticar uma coisa, aquilo vai ficando para trás. Ou seja, quem não pratica, o rabo espixa.