terça-feira, 28 de outubro de 2008

Gerúndio prafrentex

Costurando.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

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E chovem pedras no teto.
Chovem pedras na minha cabeça.
Mas que vontade que dá olhar pra cima e ver as pedras caírem.
E chovem pedras com força.
Deixa eu fechar a janela
Antes que tudo aqui umedeça.

Presente

É o reflexo por entre vidros, por entre lentes, por entre mãos. Reflexo de vidas distantes, confusas e convergentes em alguns pontos. Legal é ligar esses pontos e formar um desenho que aos poucos eu vou descobrindo que desenho se forma. Pego na tua mão e conduzo o traço pro outro lado. Pega a borracha apaga o borrão que ficou. Lápis de cor não apaga. Ainda bem que é cor de nada. Cor de animal assustado. Faz a linha. Pega a corda. Amarra e guarda numa caixinha. Aquela na qual tu guarda só as coisas boas. Em cima da caixa, tem um laço verde cana.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Allowed

Só aqui a réplica é permitida. É lida, logo imagina-se a voz dizendo. É ouvida, portanto, algum efeito terá. Nem que seja o de sempre. Mas terá. Só aqui a voz não se pausa. Só com ponto. Só aqui o passado não pode ser apagado. Quer dizer, até pode. Mas só aqui.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Diálogo.

-Eu a declaro culpada e sua sentença será de 7 anos de prisão no silêncio da dor. Acompanhada daquela que escorre quente e lentamente. Desta e somente desta.

-O que me sobra?

-Um desejo.

-Desejo morrer e viver denovo.

- Impossível. Ou uma coisa ou outra.

- Desejo morrer pelo menos.

- Morrer mais ou morrer menos?

- Apenas morrer.

- A troco de quê? Morrer dá trabalho.Morrer dói.

- Aposto que não dói mais do que viver. Quando se morre não tem como voltar à vida. A não ser que se vá para o paraíso eterno, lugar que eu duvido muito que iria. É um outro conceito de vida. Mas quando ainda se vive, de mais ou de menos, há possibilidade de se morrer. Várias vezes ou uma vez só.

- E você quer quantas vezes?

- Pelo tanto que tenho morrido, não sei se me restam muitas ainda.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Testículos

É uma batalha constante. Guerras homéricas. Sangue. Fluidos corporais. Cheiros putrefatos. Verde cor de lodo.Vermelho cor de sangue. Azul cor de céu. Escuro cor de chuva. Amarelo cor de lua cheia. Cinza cor de janela agora, porque de dia é marrom desbotado pela própria chuva cor escura, que é escura só de noite. De dia é azul claro. Azul claro da cor do céu de dia quando não tem nem sinal de chuva. No céu de dia, a nuvem branca passa a ser azul escuro de novo assim que no relógio dá-se meia volta inteira e não meia. E no azuleijo branco, que reflete a luz que a cor não tem nome, vejo formas projetadas. Tudo questão de física. Ótica. Óbvio que a mente não pára. Mesmo sem a luz artificial que liga no botão, a luz da cor que não tem nome não se apaga. Até que se feche a cortina. Até que o sol se aborreça e apareça. Nunca pára.

**
Os olhos que miram o mundo, enxergam a vida lá fora sem o mim. As pessoas vivendo suas vidas, sem o mim. Nada muda. Todos os processos, biológicos verdes, continuam a funcionar. Telefones continuam a tocar. Cervejas continuam sendo bebidas. Palavras continuam sendo proferidas, faladas, vomitadas, sussurradas, reveladas e seduzidas.

**
Fora da minha vida! Fora! Sai de mim fantasma branco. Sai de mim cruz que me assusta. Sai de mim pesadelo de noites verdes. Sai de mim demônio bonito e cheiroso. Te abomino e exorciso da minha vida. Se o teu mal tem cura, por que te afliges? Se o teu mal não tem cura, por que te aflinges?Espadas, balas, facas e machados. Em um tintilhar ensurdecedor de metal atritado. Ferrugem. Cólera. Lepra. Dengue. Degeneração progressiva. Hemorragia sem fim. Pupila sem cor. Cravos. Ataúde. E não, não tem lágrima nenhuma.
*

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Never hide

Você não pode se esconder no invisível por que o mesmo está em toda parte.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Escolha

É como se se sentisse, só. Quando o coraçao não sente é por que os olhos não vêem, oras.Prefiro a cegueira à exergar de mais. Prefiro óculos à lentes. Me viro de costas de olhos e ouvidos tampados. Planos para o ano que virá: Ter aulas de Braile.

ção.

Porque quando eu me pego olhando por céu numa tarde laranja, lembro quando o ar tinha cheiro de infância que se perdia entre as cores e os gostos de doce. A gente nem tinha idéia do que a vida é ou poderia ser quando a nossa idade dava pra contar nos dedos das mãos. E mesmo hoje,quando a conta ultrapassa os dedos do corpo, a vida continua sendo exatamente como era : Apenas uma expectativa

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Estomacaches

well (bad)come back.

O(the) clock

há três dias que olho a mesma hora no relógio. em dois dos dias pensei estar parado, o relógio. no terceiro eu só ri. o tempo passa devagar e rápido demais. já são 9hr denovo!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

questaodemetricamesmo

e-n-q-u-a-n-t-o t-e-m- g-e-n-t-e q-u-e p-e-n-s-a p-r-a f-r-e-n-te
eu
pen
so
pra
bai
xo.


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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Impressões cotidianas do mundo meu: "Chocolate do amor"

em meio ao movimento constante
de gente e de vento,
falava a língua dos pássaros.
pela língua, oferecia o manjar dos deuses,
um pouco mais aperfeiçoado, diria eu: alterado.
hidrogenada gordura.
cereais crocantes no palito.
os deuses se revirariam em seus túmulos
ao ouvir o piar de um pássaro que vem de tão longe -do sul. vinha do sul- vender tal iguaria.
e vendia muito bem.
Mas me pergunto, será que é pelo piar do pássaro
ou pelo apelo sentimental da palavra amor?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Que venha um vento bom.



que calor quente
que mata cadeias
aminoácidos, proteínas
que mata gente

calor escaldante
nesse inferno nascente
que nem com o sol se põe

parece querer deus fazer-nos sofrer
por favor liga o ar condicionado central daí de cima
não está dando pra aguentar
estou suando dignidade
antes fosse de tanto trabalhar

me rendo ao copo de coca cola que deixei congelar
sorvete, suco de limão com maracujá
piscina de soda
uma árvore pra eu poder descansar o tédio
e em baixo da copa eu poder assassinar o sol

não quero tempestades
nem que venham inundações
sim friagens e não trovões

mas que venha vento bom
venha o tempo de usar roupas quentes
tomar tacacá sem suar
venha o tempo de sopa, de filme com pipoca
sofá, chocolate quente e orelhas pra esquentar

venha um vento bom
aquele que fecha os olhos ao soprar
aquele que tem cheiro de flor
que venha o vento bom
o vento bom que se partilha o amor
vento bom que eu não me canso de esperar.

Eu quero é que venha um vento bom.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Post-it art





Aproveitemos os recadinhos e bilhetes vencidos, façamos arte!




Eu ganhei um presente cujo embrulho era feito desses aí.
=)