terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Pretérito passado

Faço um risco
rabisco
em cima do passado escrito
faço um traço
até ficar borrado

O passado escrito
já foi lido e relido
mas não consegue sair
do pretérito falido
falado

Mas o passado que a gente guarda pra viver depois
é aquele que conseguiu não sair dos planos de papel
e que vivido ou não
talvez nem tivesse a chance de ser presente.

Hide.Love.

Beatles me pega nos melhores momentos.Eu ouço e confirmo o que eu sempre soube: Eles são geniais.

You´ve got to hide your love away


Here i stand head in hand
Turn my face to the wall
If she´s gone i can´t go on
Feeling two foot small
Everywhere people stare
Each and everyday
I can see them laugh at me
And i hear them say

Hey, you´ve got to hide your love away
Hey, you´ve got to hide your love away

How can i even try?
I can never win
Hearing them seeing them
In the state i´m in
How could she say to me
"love will find a way"
Gather ´round all you clowns
Let me hear you say

Hey, you´ve got to hide your love away
Hey, you´ve got to hide your love away


http://http://www.youtube.com/watch?v=jz7IjXu0DfQ

Gotas

Enquanto lá fora
As gotas doces
Se suicidam das alturas
Aqui dentro
As gotas são salgadas
E se suicidam da mesma forma.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Para materializar a tortura e não perder o costume:
Quem grita no escuro não grita sozinho.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Convexo

Já deixou de ser promessa,agora é minha dívida.És o reflexo convexo da parte ruim de mim.A parte que me deixa dividida entre o orgulho e a verdade.

Negrito

Pra ser ouvida mesmo que em silêncio
Eu falo em negrito
Em sinal nulo ou submisso
Eu grito pra dentro.

Em tom, então.

Me fala de amor com o teu som
Que eu te dou uma nota como resposta
O tom
Por que eu ouço o tremor da fala
Pecebo o som da voz que as vezes se cala

Enxe-me de sílabas unissínonas
Da boca que jorra pregos
Que vibra o martelo
Que constrói em cima de mim
Um vão acústico que me ensina a ouvir
Com a sensibilidade o bem me quer, quem não quer.

Se eu finjo em cima do muro
É pra tomar jeito
Pra tomar murro
Pois o esboço do meu esforço
É escrito em som escroto
No compasso dois por quarto
De um único tom relapso
O meu
Que disfarço entre os graves ecoados
E agudos desafinados.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Simpatia.

Sorrir com os ombros economiza músculos da face.

Monsto d'umbigo

Eu criava um monstro no umbigo. Ele era insistentemente chato e inconveniente, me fazia cócegas e de vez em quando me causava dor.Era cômodo tê-lo por perto por que me dava prazer quando ele aparecia com algo que refletia, mas eu só conseguia enxergar no escuro dos olhos fechados.
Esse monstro apesar de todas as impressões boas que ele me dava, eu queria matá-lo por que sabia que nada que eu via e que eu achava era real.
Quimeras vestidas de flores verdes e cheiro de baunilha, ou molhadas com som de passos solitários marcados na poeira recém pisada.Só quimeras.
A minha luta era diária e constante,o meu monstro d'umbigo precisava morrer.As batalhas eram travadas todos os dias com hora e local marcado: ao amanhecer e em frente ao espelho.
Olhos no reflexo, monstro no reflexo.Eles se enfrentavam com os olhos e com a imagem que só o reflexo podia ver.O monstro era cego, não podia ver o reflexo que via o monstro com olhos de desenho animado...
Não morria fácil, por mais que eu tentasse.Resolvi que talvez fosse mais fácil se acostumar com a sua presença.
EGO.

Sonhos

Sorte de hoje: Seu maior sonho vai se realizar


Bem, como eu tenho vários maiores sonhos, tenho que escolher qual deles eu vou realizar agora. Mas será que eu tenho que escolher mesmo? Porque ele não se realiza sozinho? ahh, assim seria muito fácil!

*Boa idéia, vou listar alguns dos meus sonhos.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Drama Ateniense

Quando o esperar se torna uma tortura
A gente desiste de olhar pro portão
E vai durmir com bico na boca.

Registro

Nunca fiquei tão feliz ao ver sangue meu.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Luiz de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

dedos inquietos - parte segunda (?)

A comunicação é verbal mas não é oral.
É escrita
(Usa-se de verbos)
Mas não se fala.
Então é visual
(Por que lê)
Mas não se vê.
Mas também,pudera.
Com que olhos?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Cansa

Quando a gente cansa de tentar entender a repulsão,a distância,o olhos desviados,cansa de tentar arranjar maneiras pacíficas com palavras gentis e sábias para resolver desavenças que não se materializam e nem se personificam em palavras,a gente cansa.
Quando a gente cansa dos olhares,intenções e falsos sorrisos espremidos do lado direito das bocas pequenas,dos abraços mal dados,do adeus forçado com a mão que acena e que é a mesma que te dá um cotoco por trás,a gente cansa.
Quando a gente cansa de dar valor ao que não vale a pena,não por descaso ou falta de consideração e sim por não ver a validade de um esforço de uma via só,que não é recíproco,não é mútuo, a gente cansa.
Quando a gente cansa e decide que não quer mais ser visto como coitadinho que faz drama,que finge que sente e que finge que não, a gente simplesmente: Cansa.
E eu me pergunto: - Será que essa gente toda não cansa também?
Por que uma relação saudável(mesmo que seja aquela relação de 'Oi,olhacomoeusousimpática' ou 'nossaquevestidolindo') entre as pessoas exige um esforço mínimo de ambas as partes.
Mínimo.
E gente, como isso cansa a gente!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Galho Verde

Vinde a mim a glória e paciência de esperar o que é bom pra si no tempo certo,com a certeza que tudo que tu tens é consequencia do mundo que tu vives e das tuas ações-oras justas, oras infelizes, oras inocentes.
Nas horas que a gente acha merece um abraço,vem um galho verde na cara(galho verde dói mais).Mas o pior é quando vem a árvore inteira.

Confissões nada secretas.

Eu quero deitar no mar vermelho que me torna amor
No mar vermelho que me traz amor
No mar vermelho do amor
Que é vermelho de amor.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

dedos inquietos - parte primeira (?)

Segura na minha mão e diz que tudo isso que eu penso é bobagem.Diz pra mim:quando essas coisas te dominam elas te fazem mal.Por que pra mim diz que dentre todas as outras(que existam talvez só na minha cabeça)eu sou a que faz o estômago revirar como borboletas em vôo nupcial.A que faz pensar além do presente-pretérito-mais-que-perfeito pra mim.É isso que eu quero e não há coisa,pessoa ou situaçao que consiga estragar esse momento que é só meu.Meu e dos meus,daqueles que eu quero bem.Uns bem perto e outros bem longe de mim.