Também me vejo com os mesmos olhos que vejo os outros ao falarem insanidades e coisas estúpidas. Estúpido é forte demais, bobas melhor dizendo. Insanidades sinceras, reconheço. Por que elas vem de forma natural, do coração, sem nenhum outro motivo além do de quererem ser valorizadas. É aquela falta de jeito que se tem para fazer entender esses pensamentos que borbulham, dão voltas e saltos acrobáticos, giram, desviam as portas do bom senso e da sensatez dentro de nossas mentes. Essa tentativa de fazer parte, de interagir, de parecer inteligente, mesmo que muitas vezes não seja tão verdadeiro, que as fazem insanidades dignas de respeito.
O resultado se reflete naquela gargalhada fora de hora ou mesmo pela demora para cessar a mesma, cuja hora já passou faz tempo. Se reflete no rubor das têmporas e no miúdo dos olhos que não encontram direção confortável para assumir o desconforto que é proferir coisas sem sentido - aparente - e persistir tentando consertar o que não há conserto. Assim como as mãos que procuram buracos, adjacências, dobras de pernas, frestas, etiquetas, unhas, cutículas e caminhos para se esconder. Parece que quando escondemos a mão, a vergonha passa e nos sentimos mais confortáveis. Vai entender.
Sempre que sai no meio de uma conversa sobre política ou 'atualidades':" É verdade que a ponte aérea Rio- São paulo é uma ponte mesmo?" ou "Vocês conhecem aquela raça de cachorro que tem a língua azul? Pois é, meu avô tinha um", ou até mesmo informações detalhadas sobre a vida e obra da iguana chamada Iana, eu, apesar do desconforto, sinto um certo carinho e comoção pelo silêncio manifestado pelas bocas ouvintes e pelos prováveis pensamentos desrespeitosos concernentes ao autor das pérolas bobas, mas sinceras. Por que em muitas vezes estive do outro lado e pra falar a verdade, tenho estado de vez em quando. Só que a diferença, que não sei se é compartilhada com outros insanobobos, é que percebo quando a merda é grande, a estupidez é colossal e totalmente inaquada para a situação, que começo a enumerar xingamentos e humilhações para mim mesma, ensaio fugas históricas por baldrames de banheiros, frestas de portas, buracos de tijolos, quer dizer, isso quando eu era magra. Hoje em dia as fugas são mais modernas como a abertura do telhado ao encontro do céu e eu agarrada a um cabo de aço sendo suspendida por um helicóptero, jogar um pó no chão que me faça desaparecer sem deixar rastros ou mesmo voltar no tempo, apagar a memória recente do ouvintes e os fazer esquecer do constrangimento causado.
Cada um tem sua técnica e depois de fugir com um helicóptero ou pela janelinha do banheiro, a tensão passa e temos a chance de tentar falar algo ou permanecer calados sem que haja a necessidade de gastar neurônios imaginando fugas, que vamos combinar, cansam só de pensar e ando tão sedentária, sabe?
O resultado se reflete naquela gargalhada fora de hora ou mesmo pela demora para cessar a mesma, cuja hora já passou faz tempo. Se reflete no rubor das têmporas e no miúdo dos olhos que não encontram direção confortável para assumir o desconforto que é proferir coisas sem sentido - aparente - e persistir tentando consertar o que não há conserto. Assim como as mãos que procuram buracos, adjacências, dobras de pernas, frestas, etiquetas, unhas, cutículas e caminhos para se esconder. Parece que quando escondemos a mão, a vergonha passa e nos sentimos mais confortáveis. Vai entender.
Sempre que sai no meio de uma conversa sobre política ou 'atualidades':" É verdade que a ponte aérea Rio- São paulo é uma ponte mesmo?" ou "Vocês conhecem aquela raça de cachorro que tem a língua azul? Pois é, meu avô tinha um", ou até mesmo informações detalhadas sobre a vida e obra da iguana chamada Iana, eu, apesar do desconforto, sinto um certo carinho e comoção pelo silêncio manifestado pelas bocas ouvintes e pelos prováveis pensamentos desrespeitosos concernentes ao autor das pérolas bobas, mas sinceras. Por que em muitas vezes estive do outro lado e pra falar a verdade, tenho estado de vez em quando. Só que a diferença, que não sei se é compartilhada com outros insanobobos, é que percebo quando a merda é grande, a estupidez é colossal e totalmente inaquada para a situação, que começo a enumerar xingamentos e humilhações para mim mesma, ensaio fugas históricas por baldrames de banheiros, frestas de portas, buracos de tijolos, quer dizer, isso quando eu era magra. Hoje em dia as fugas são mais modernas como a abertura do telhado ao encontro do céu e eu agarrada a um cabo de aço sendo suspendida por um helicóptero, jogar um pó no chão que me faça desaparecer sem deixar rastros ou mesmo voltar no tempo, apagar a memória recente do ouvintes e os fazer esquecer do constrangimento causado.
Cada um tem sua técnica e depois de fugir com um helicóptero ou pela janelinha do banheiro, a tensão passa e temos a chance de tentar falar algo ou permanecer calados sem que haja a necessidade de gastar neurônios imaginando fugas, que vamos combinar, cansam só de pensar e ando tão sedentária, sabe?