sábado, 12 de abril de 2008

Zoom

Eu queria ter uma lente de aumento pra olhar os olhos das pessoas e enxergar além do sorriso da face.Passando por cáries e saliva pra ouvir com os olhos o que se passa no coração.

Ouvir com os olhos é ler com a imaginação,personificando cada interjeição em expressão facial e tom de voz familiar.

Eu queria encontrar pessoas com coragem pra me deixar olhar e retribuir meu olhar nos olhos com os olhos, pode ser.Retribuir com sorrisos, pode ser.Retribuir com uma mão.Com um banco macio pra sentar, pode ser.Retribuir com verdades,tem que ser.

Eu queria que a comunicação outrora transmitida pelo vento e captada pelos olhos,substituisse a de hoje,comunicação verbal não oral.Escrita.Injusta.

Escravos de jó



-Você vai ter que morrer pra eu parar de sorrir.

Ou você vai ter que sorrir pra eu parar de morrer?

Sem.

E tudo parecia fazer sentido.As formigas seguiam os rastros deixados por outras delas,o vento fazia curva,fazia reta.Fazia calor.Os pássaros pareciam estar meio engasgados,um canto afogado de água.Mas mesmo assim tudo parecia fazer sentido quando a vontade de ir à janela observar o movimento do nada se desfez em uma colher de chocolate self-maid.
E até mesmo o calor refrescado pela chuva parecia fazer sentido quando olhei pro chão e a água já estava sobre meus pés.As coisas simples fazem sentido.De vez em quando,só.

Wait

À espera.
Sempre há.

Ponto e vírgula.

Fala-se de vida em morte.
De morte em vida;
De morte e vida;
De vida mal vista;
Vida mal vivida;
Vida póstuma;
Morte prematura;
Vida torta;
Morte direita;
Vida tonta;
Vida direta.;
Morte de conduta.

E eu fico pensando e me cobrando mesmo,quando eu vou começar a viver a minha vida decentemente,sem ter que me preocupar com o que eu deveria ter feito por uns, pra uns e me arrepender por uns, por mim e por todos.Eu não desisto e nem canso de levar porrada na cabeça.Um dia aprendo.Hei de aprender que todas essas coisas só dependem de mim (nós mesmos) pra que sejam mudadas.Clichezão clássico e totalmente aplicável.