terça-feira, 7 de abril de 2009

conversas de calcanhares batidos e feridos, por pernas tortas do andar desviado, por fim.

Romanticismo culposo.

Saiu-se peidando-se com medo de si mesmo, copiando e repetindo palavras que nem papagaio, verde idem, triste sempre. com amargura na boca, gosto ruim de nome eufêmico, lágrimas de réptil orgulhoso nos olhos: tinha medo de voltar. olhos de animal abandonado recém-nascido, não hesitou em assumir. como ser triste, muitas vezes, quase sempre, mas nunca era nada. Sempre era muito mais do que uma mera tristeza, daquelas com zê e com ésse mesmo. tinha problemas de pontuação. principamente com pontos finais. eram sempre reticências, das muitas vezes reticentes mesmo. Não estava só na arte de repetir e copiar, não mesmo.

Não se contentava com pouco, ambiciosidade era uma de suas características. não media esforços nem para o bem, muito menos para o mal, este também era uma de suas características que se orgulhava. batia no peito, culpando os antepassados que culpa nenhuma tem no cartório. talvez precisasse daquilo, cartório, processo, pena, crime e castigo pra dostoiévisky nenhum botar defeito, pois o sentimento de ter causado dor, só cessa ao causar mais e mais a outrém, sem esquecer de si mesmo, se é que se sente algo. sempre foi assim. usando artifícios dolosos e penosos a justificar seus atos falhos, seguiu seguindo a vida, não muito diferente do que costumava ser. Não tão breve, aos trancos e barrancos se apaixonou por uma folha de papel, casou-se com sua filha, a caneta, e foram morar com os parentes da sogra, num lugar apertado e aconchegante, onde todas as mentiras tinham frente e verso.