quarta-feira, 28 de abril de 2010

que mistério que há

que mistério tem calvíce, que em cima nada existe, como insiste refletir raios ultra hiper mega violetas, de volta por céu

que mistério faz chover, jogando chuva nas nuvens e depois reclama do que manda de volta, o céu.

que mistério tem alice, com seus olhos borrados e tristes, como um conto escrito em papel sujo de outros sujos, como um canto escuro cheio de outras tristes a borrar olhos e calças.

que mistério tem a mesmice que se repete, se ri e se sente, como se a primeira vez fosse, como se fosse qualquer coisa, menos nada, primavera.

que mistério, insiste, há nesse que tudo ou nada se vê, viver entre folhas e luzes, escondendo o que realmente não se necessita, e a vida, lá fora, que há, onde está?

o mistério que existe, apagou-se nos mistérios da esquisitisse, que só quem tem paciência, insiste, ouve e lê sem bocejar.

e deixo escrito que não tenho.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Não, não sei se foice ou lâmina. Mas deveria ter ido há tempos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

e março
já marcha

domingo, 11 de abril de 2010

da venta e do verde azul

e há que diga que nada mais há no azul imenso do céu, apenas ele. Grande, vasto, vezes multicolor, astros. Penso muitas coisas, entre muitas delas, coisas boas e proveitosas. Penso que nesse céu que abraça o chão, cabe muito mais que pequenos imensos astros vistos à olho nú, sequer almas perdidas, borboletas e algodões doces. A vida e o céu dão as mãos no entardecer pra cobrir os olhos de quem vê com a alma e os olhos da cara, o sol, aquele monstro que anda castigando quem fez, ou não, por merecer. Fato é que a terra, o céu e nem o diabo no sol são justos, por isso tanta revolta e perplexidade perante os acontecimentos fatídicos que assolam quem merece, e quem não.

Triste é ver essa coisa enorme sob nossas cabeças e sentir o quão mal tem se feito. Não tardar muito e o azul com carneirinhos tornar-se-á cinza e escuridão, por fim. E momentos como esses que poderiam ser perfeitamente compartilhados num vento seco, resultado de um pseudo frio, vir desarrumar a franja, cobrindo os olhos a olhar aquela linha, horizontal, dependendo de que ângulo se vê, se dissolver em segundos laranjados. Poder-se-ia compartilhar, se assim pudesse. Estar viva é muito mais gratificante do que um par de camas sem pés a ranger. Por que a ausência e a certeza de que a mesma é pra sempre, por vezes conforta, por outras é grata por que na vida, nada é por acaso e acima daquela imensidão azul e seus carneiros, há quem saiba demais.


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Vermelho, amor.

Desejo todos os tons de vermelhos
um para cada boca,
um pra cada dia,
um pra cada louca,
um para cada par de olhos

Os vermelhos me são vastos
e me deixam rastros por onde passam
Meus vermelhos são fortes, vezes fracos
Mas gosto não têm

Meus vermelhos propósitos
indiscretos e incômodos
Me colocam um pouco
da cara cor na face

O espelho diz:
tu sabes o vermelho amor que tens.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

C

Pro silêncio que corrói unhas, estômagos, membros e braços
naquele silêncio que ecoa do nada pro nada e pra nada
solto sem dor nenhuma, um dó maior
e um mantra diário que me faz melhor, cada dia mais.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Das mudas

Roendo fracionadamanete unhas,
olhando detalhadamente céus
contando meticulosamente gotas
rezando pra calçada mudar de lugar
toda vez que os ângulos das suas pernas
já tortas de futebol,
formarem cruzes apontando pro céu

Quantos carros coloridos
E minha face sem cor
Quantos postes, quantas costas definidas, divididas
Cara e espelho, sem tirar nem por

Me falta um batom , querida
Quantos postes, quantas costas
Poder de ir e vir
Quantas noites, quantas mortes
Ai que vontade de rir

É sem tirar nem por, menino
Sem tirar de cor
Sem mudar de cor, menino
Sem mudar de cor

Não se muda só mudando de endereço
Não se muda se morrendo o dia inteiro
Não se muda gritando, não se muda fugindo
Não se muda matando
Não se fala, não se muda.

sábado, 3 de abril de 2010

me dá um pedaço do teu bolo.