Ando por calçadas passadas.
De cal. De poeira.
De cuspe dos mal educados.
De sangue dos mal afortunados.
Ruas calçadas de barro socado.
Ando por ruas de linhas tortas.
Ruas que o fim não vejo.
Ruas que nunca mais andaria. Jurei.
Entro por estacionamentos para passar o tempo.
Dou voltas fingindo a procura de vagas.
Vezes entro, compro um doce.
Se fumasse, compraria um cigarro.
Se não me fizesse sentir mais só:
Cerveja verde. Ou algo com limão.
Vezes dou mais uma volta e sigo por onde entrei.
Eu não tenho nada pra fazer naquele lugar.
Mas quando não tem aonde ir
Qualquer lugar me faz feliz,
O que frequentemente é rotina,
Até o estacionamento do supermercado
É rota final pro meu fim.
Muitas
Há 4 anos