sexta-feira, 29 de julho de 2011

colecionos downloads não assistidos.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

fui cortar cebola para arranjar um motivo
fui cortar cebola e o por que juro que digo
fui cortar cebola pra ver o tempo passar
confesso, fui cortar cebola para ter um motivo para chorar.

te vejo verde. fico vermelha.

terça-feira, 26 de julho de 2011

rio branco.
mas posso chorar.

domingo, 24 de julho de 2011

perdi minhas pontas duplas e o bom senso parece ter ido junto.
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ao mesmo tempo perdi pontas duplas e bom senso
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bom senso e pontas duplas são coisas que se perdem juntas
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pontas duplas seriam se o bom senso não tivesse ido
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muita ponta dupla para pouco bom senso
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é melhor uma ponta dupla na mão do que ver o bom senso voando
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chega.

sábado, 23 de julho de 2011

te vejo em todo o meu território é o novo mora em todos os meus municípios.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Seríamos nozes se não fosse aquela árvore uma castanheira.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

vai um chá?

um chá, de sumisso, para curar omissos e emissões carbônicas
se achando perdido, me permito ter razão
são arestas, curvas e volteios sem nome
são faces semelhantes no meio da noite, escuridão
me dão certeza que o silêncio é retórico,
que o silêncio é pretérito que o silêncio é falido
só é valido pra quem tem culhão
ponta na agulha, galho fraco faz o que tem que ser feito
quebra e dá de cara no chão, moça
vai um chá de sumisso pra curar esse coração?

domingo, 17 de julho de 2011

tenho certeza que o ato de ver fotos antigas fazia parte dos rituais de tortura chinesa. certeza.

sábado, 16 de julho de 2011

Dos paulistas - O amanhã que foi ontem

Tem pessoas que passam na nossa vida que marcam pra sempre. Dia desses, agora mesmo, estive pensando nas pessoas que conheci pelas andanças saudáveis da minha vida. Cada uma deixou uma marca e uma reflexão que valeram mais que qualquer..mais que..sei lá, mais que muitas coisas que eu acho que possam valer. Daniel, Seu Daniel. Andei, andamos, uns 40 minutos, por entre cipós, raízes de árvores, solos erodidos, capim recém-incendiado, familias bovinas, meio perdidos por entre aquela atmosfera nebulosa, fumacenta e seus vários tons de cinza. Poderia ter sido um filme em preto e branco. Só o céu, que parece mais azul e o sol mais amarelo quando estamos desprotegidos, sem chapéu, sem água e sem comida. Eles sabem como se colocar em nossas vidas e eles não ficariam bem em preto e branco. Nos perdemos. As pessoas tem costume dar informações que exigem mais e mais perguntas. É sempre: ó, purali. Por ali onde? Bem ali ó(apontando com o beiço pra direção indicada). Cheguei. e agora? Agora tu vira a direita. Virei a direita. Agora, tá vendo aquela cerca quebrada? Não é essa. Entra depois do açacú.( impaciente, já) JÁ ENTREI DEPOIS DO AÇACÚ, E AGORA? Agora tu passa por cima dessa ponte quebrada e espera eu te pegar por que os cachorros são bravos. Nunca é: isso, isso e isso e pronto.

Eu tenho mania de tentar sistematizar as coisas. Mesmo que mentalmente, traço planos, rotas, alternativas, discursos e esqueço que as pessoas são normais e não se importam em dar informações precisas, em enviar mensagens conclusivas, em serem diretas numa conversa, direto ao assunto. Gasto muitos neurônios fazendo isso.

Seu Daniel era um senhorzinho velho mas forte, daqueles que trabalham. Paulista. Diferente daquelas pessoas fortes de academia que dispensam maiores descrições. Era velho mas tinha os músculos da barriga definidos, braços fortes( não que eu tenha reparado) e cabelos brancos. Usava óculos semelhantes ao do John Lennon. A casa era a mais pobre que eu já havia visto. Chão batido, paredes de palha, cobertura de cavacos de madeira. Do tamanho do meu quarto e parecia um grande armário com coisas penduradas por todos os lugares. Ganchos, cordas, pedacinhos de madeira todos com coisas penduradas. Havia duas redes, uma mesa e um fogão de 6 bocas. Quando vi, óbvio que me perguntei o por que daquele fogão enorme. Era doceira, dona Regina. Gaúcha. Fazia doces de abóbora, de mamão, banana, abacaxi..deu água na boca agora só de lembrar. E tudo que usava para fazer seus doces saia da sua propriedade. Plantavam tudo, mas tudo mesmo. Só não eram mais auto-suficientes por que não tinham engenho de cana para produzir o próprio açúcar. Ele vinha da cidade.

(...)

Tinha cachorros simpáticos. Nos demos super bem apesar de ter me alertado que quando vão caçar - sim, os cachorros caçam - se transformam: viram o cão. Tinha um que era magrelo, mas forte, que nem o dono. - Esse caça muito. A outra é preguiçosa. Olhei bem para aquele rostinho magro e tive que concordar. Era meio creme, meio caramelo, meio marrom. Todos os tons se fundiam e me confundia se era cor ou sujeira. Dona Regina largou tudo e foi morar no interior. interior é eufemismo, por que aquele lugar é escondido, entocado, mocado. É o interior do interior. Fora professora de história e, engraçado, usava óculos à la John Lennon também. Seu Daniel era muito criativo. Tinha construido várias geringonças mas a que mais me chamou atenção foi o galinheiro suspenso. A galinha entrava por um esteira, tinha tipo umas cabines, separadinhas, com palhinha, graminha. Por baixo tinha um cano que conduzia o ovo recém botado para um outro compartimento que deslisava, vagarosamente, para um pote que ficava ao lado do fogão. Na hora do almoço, dona Regina esticava o braço e o ovo estava lá. Que beleza.

A horta e o pomar eram um espetáculo à parte. Parecia uma floresta de mamoeiros, limoeiros, laranjeiras, rastejando tinham umas abóboras, umas não centenas, daquelas grandes, gordas e redondas que aquele povo nos estados unidos usa para fazer carinhas aterrorizantes no dia das bruxas. Alías, não entendo por que usam a bixinha pra essa finalidade. Não há nada de diabólico numa abóbora. Pepino, couve, alface, rúcula, tomate (irgh), cenoura, beterraba, cebolinha..tudo...tudo mesmo se plantava. Era como seu fosse um supermercado ao ar livre. Tinha até café. Foi lindo quando ela colheu os grãozinhos, tostou numa espécie de forno improvisado, moeu e fez um café fresquinho, na hora. Só não estava melhor por que no interior as pessoas tomam uma espécie de chafé ou licor de café. Mais açúcar do que café. Menos café mais água. Mas tinha afeto, não se pode negar. -Ontem mesmo matei uns porcos. Eles vem aqui de noite por que sabem que estamos dormindo, safados, e comem minhas macaxeiras. Fazem um estrago tremendo! Reviram tudo e comem minhas raízes como se não houvese amanhã. E estavam certos, matei tudim, o amanhã deles foi ontem.

terça-feira, 12 de julho de 2011

acordei com a responsabilidade,travestida de luz, me lambendo a cara.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Anônimo, a libertação é diária. Todos os dias abro um cadeado e jogo a chave fora.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Do livros

Ela disse que se sentia sozinha. Que a sua companhia era feita de papel. Páginas amareladas que doem menos a vista, quando lidas em lâmpada fluorescente. Páginas amassadas por serem lidas varias vezes antes de aquilo tudo fazer sentido. Era uma leitura difícil, dizia. Eu disse que não adiantava andar com o livro debaixo do braço, quem nem bíblia, e nem dentro da bolsa que poderia facilmente ser atingido por uma garrafa de água entre aberta, um batom vermelho sem tampa, um pedaço de chocolate guardado há séculos, um chiclete velho enrolado num guardanapo. - Meu Tio Vânia virou um pergaminho enrugado recentemente. Um livro de páginas claras é um alvo perfeito para a lei que rege os acreditados e desacreditados, que faz com que tudo que você acredite ser ruim, tornar-se pior. Na verdade a lei em si não faz nada. Quem faz é quem acredita, emite as energias negativas para o universo e ele retribui da maneira que convir. Alguém acredita nisso?

A quem você quer enganar? insisti. De que adianta colecionar livros na prateleira se eles tem mais poeira do que o lado esquerdo do seu cérebro? Me diz, quando é que você lê tanto se passa mais tempo em frente ao computador do que vivendo a própria vida? Silêncio no quarto. uma porta range, um cachorro fedido entra. lambe, balança o rabo, peida e fede. Resmungos e um shhhhhhhh fora! É uma boa pergunta que exige uma boa resposta: Quando viajo. Pra seu governo esse ano eu já li 6 livros. isso é equivale a um por mês. Mas não é bem verdade por quem em dezembro eu li dois. E? E o que? E dái? E dai nada, só estou dizendo quando leio, oras.

E daí? E daí nada.

nunca vi pagar excesso de bagagem, não por peso, mas por lembranças dentro das malas.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

eu sempre serei eu. e vice e versa.

domingo, 3 de julho de 2011

dos sorrisos

eu vi águas e rios de todas as cores possíveis. vi até rios bicolores. risos idem. de todas as cores possíveis que, entre espaços vazios ou ocupados por dentes, sempre diziam alguma coisa. Lembro-me de um que me surpreendeu ao dizer, sem pronunciar uma palavra, que por causa da cheia do rio, não dava para catar as flores que caíam da samaúma vermelha, rosinha, pra fazer uma coroa pra sua mãe. - Há peixes que comem flores, disse o menino. Se eu fosse peixe, também comeria. Essas daqui são doces que nem mel. 

E disse isso tudo com um sorriso só.



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eu já tive 13 anos.

Não seria tão difícil se não fosse o que é. Se não tivesse sido como foi, talvez nem ao menos tivesse chegado a doer. Mas como o amém, que assim seja, foi. E a dor se diluiu por cada canto que passei. Sim, fui eu. Quem mais teria sido se eu não fosse? Talvez você. Talvez ele, ela e seus respectivos plurais. Como eu. Mas como a personificação e o paradigma das palavras e conceitos difíceis de se explicar ainda exercem copiosa influência nas relações interespecíficas da sociedade 'ana' qualquer, nada disso significa coisa alguma. Nicles também, infelizmente, nunca mais. 

Só que ao ver pela rua, pela calçada, naquela blusa cinza, naquela sua esquina, perto do pescoço, é como se eu me fosse, voltasse pra quando usava óculos redondos rosados, tinha cabelos franjados e feições levemente, para não descrever com exatidão, indígenas - que nem eu e nem ninguém sabe de onde vem - balbuciando coisas sem sentido, completamente sem sentido, infelizmente sem sentido, mas sentindo uma vontade imensa de sair correndo depois de me perguntar: -Mas que diabos acabei de falei agora. Nessas horas o cérebro desliga, age involuntáriamente e você só se dá conta quando tudo aquilo passa. Ficam as duvidas, as revoltas e a vontade de esfregar a cara de pessoa mais próxima no chão. Ou a própria cara. Eu já tive 13 anos e confesso:  tenho várias vezes ao ano.

encontros

trinta segundos e, de repente, tenho 13 anos.

da quina da cama, pra esquina da sala de estar. esteve e sempre estará nas curvas e desvios dos espaços vazios que ficaram entre eles.