sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Bon voyage

me sinto tão deprimida quanto um suco de limão.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

meu violão é desafinado com a vida.

¹/¹² avos

Sou cada vez mais pseudo intelectual
que vive em um pseudo mundo
que está prestes ao seu pseudo fim
cada vez mais passado
do que presente
mais bicho
do que gente.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

.

sou feita
de pedaços mil
que não se encaixam
se sobrepõem

sou feita de cabelos
pêlos mil
tenho testa tomada
por eles

minha cabeça
tomada por pedaços
que se afogam
na massa matiz
meio preta meio branca
meio termo

sou feita de medo
dentro da cabeça
coberta por cabelos

tenho medo do que vejo
e do que não vejo, também.
do que não vejo
procuro e acho

sou feita de anseios
dos quais
não sei quais são
nem mesmo se
um dia terei
além de cabeça
coração.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

e o que resta
é só o que sobrou.

Fantasma

E quando vem vigiar, olhar o que estou fazendo, faço o que mais sei fazer: ignoro, finjo que não existe o que muitas vezes não existe mesmo. Sinto o cheiro que deixa rastro pelo quarto e pelo corredor. cheiro de rua, mulheres e copos. Impossível não sentir. Exala pela pele e pela boca. Sinto nojo e sinto pena. Aquele é maior. Vai-te e deita-te no hotel de luxo que o custo é apenas um saco de pão fresco. Meias notas arrancadas com tanto ardor das mãos seladas. Vai-te e come do que sobra. É só o que sobra. E o que fica, pra quem fica, pouca gente se importa.

Mas que calor.

Desligar-se do mundo, mesmo não sendo por vontade própria, ás vezes é bom. Parece que deixa de existir quando não se dá aquela olhadinha no orkut, faz alguma atualização no blog, coloca uma foto no flickr, fotolog, escreve alguma besterinha no twitter. Pessoas existem apenas nesse mundo virtual. Se vc não faz parte dele, todos os dias, não faz diferença.O mundo continua o mesmo e as vidas também. Que mundo é esse que as pessoas estão mais preocupadas com a foto que vão colocar no álbum do orkut do que dar um telefonema pra perguntar se está tudo bem. É o mundo que eu ainda vivo e estou tentando mudar de residência.o mundo de espionagem, de monitoramento e de esconderijos, no qual estive imersa. afogada. Me deixa escrever minhas perturbações, anseios e frustrações. Afinal, não é pra isso que serve um blog? Lembro da primeira vez que ouvi falar sobre blogs. Eram diários virtuais, que poderia escrever sobre si e compartilhar com os outros, se assim quizesse. Tem gente que encara como confessionário, como tribunal e tem até gente que acha uma bobagem escrever. Eu não. E é por isso que por mais que esses modismos passem, a minha necessidade de escrever vai estar em todos os lugares, sejam eles públicos, ou não. digitais, manuais, mentais. lá estarão. independente de ninguém. E eu também terei um telefone ( pelo menos até agora) que faz e recebe ligações e até mensagens de texto. É disso que eu preciso: de mecanimos pra me expressar e de me fazer entender para as pessoas que importam. que eu me importo. não importa se a recíproca é verdadeira. não há sentimento melhor do que o gostar. não se espera nada em troca. das vezes que é frustrante, é recompensado por poder dizer poucas palavras que podem melhorar o dia de alguém.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

piano ao fundo

É como voar com asas quebradas e dar de cara com um muro. E nem fez barulho. Estranho. Não escorre sangue e nem se sente dor. Dó se sente ao ver vento a quebrar as barreiras do muro, das árvores, desviando por entre pássaros e mosquitos do ar. Passa por um copo de café e leva o calor consigo. passa pelo prato de sopa e pela cerveja do bar. Passa pela janela e acena : - olá.
Segue seguindo. Segue frio, segue ávido, segue feliz, fazendo frio ou calor ao chegar. Vai embora quando bem entende.Não dá satisfação e ainda leva as coisas que lhe bem entender consigo.

- Vento, por favor, me leva!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Do meu mundo.

Dessa vez sim: 3 dos mil que passaram por suas mãos se foram antes do tempo.

domingo, 9 de novembro de 2008

Nova

Pelo reflexo eu vejo o que não é tão certo
Falo coisas que nem eu acredito
Pra me conhecer
Pra me conhecer

Porque duvidar de si?
Mais fácil é acreditar nas outras
Nas outras mentiras
Pra te convencer
Pra te convencer

Eu não quero mais
Eu não quero mais
Eu não quero mais ir
Eu quero ficar aqui

Quero passar por buraquinhos

Peço um cigarro
Só pra vê-lo apagar
Me dá uma cerveja
Mas eu nem gosto
Eu nem gosto
Fecho os olhos pra poder enxergar
Por entre as brechas do olhar
Mas eu nem posso
Mas eu nem posso

Pra te convencer
Pra me conhecer
Pra te conhecer
Pra me convencer

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Brincanagem

Declaração descarada na cara mascarada, que quem não vê é por falta de convite, é sacanada. Bons tempos os que eu não me conhecia!

Vou indo

Destruindo.

domingo, 2 de novembro de 2008

Novembro segundo.

E veja só, o cheiro não é mais o mesmo do meu. O suor, antes de magia, deixa grudenta a pele que as vezes parece que de derretida, apodreceu. Tragam as flores e os terços, quartos e quintos dos infernos. Aqui , jazem pedaços mortos que esperam clemência dos transeuntes que passam por perto e, ao verem a movimentação,chegam mais perto pra dar uma olhadinha. Tragam bancos e cadeiras e assistam o fim de um ciclo sem fim. Ele não termina. Só dá voltas em si mesmo com a periodicidade desconhecida. Tragam-me frutas para as oferendas. Podres como os que as trazem. Tragam sorrisos congelados por dentes que fumam. Amarelos e fétidos, cujo fim já conheço. Tragam-me olhos grandemente petrificados, fundos de olheiras e de marcas da vida. Tragam dedos raquíticos, sujos de sujeira do mundo por onde pega, como os pés sujos por onde passam.