quarta-feira, 30 de setembro de 2009

a-cú-mu-lo

crianças crescem sem cicatrizes/ gosto de te ver vestida de cores/ na gaveta das confissões taquei fogo, mas só por que deve doer bastante/ o adjetivo orgânico deixa qualquer substantivo mais verdadeiro/ anos novos virão/ veja lá: não confunda ipê com paricá/ vejo cegos todos os dias mas eles não me vêem/ aprendi com quantas teclas se fala de dor/ não nego que chorei ao ver aquelas árvores/ tenho funcionado à vapor. dos maus/ é horrível esperar e-mails com notícias boas/ se eu pudesse escolher, escolheria almodòvar/ quando eu voltar ainda espero me pertencer/ coisas achadas no chão as vezes me dão medo/ roubei uma flor/quando olho no espelho me vejo mais que um ser animado/ tenho medo do escuro/ cabeça não pensa o corpo padece/ i see dead people walking around and singing out loud/ definitivamente não gosto de pessoas com os olhos juntos/ preciso livrar meu quarto do passado/ plantei uma árvore no ano passado e ela não cresceu quase nada/ era lua minguante/acho engraçado sua nuca/ se tivesse mais alguns trocados, eu laRgaria tudo/ não gosto de gente corrompida/ não gosto de gente que vasa/adoraria usar vestidos todos os dias e distribuir cotocos também/ já gostei mais de fantasias/ da cronologia dos sonhos: minha mãe foi miss, minha irmã é, eu sempre quis ser, e a minha cadela que posa para as câmeras.

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