domingo, 17 de maio de 2009

Eu ouço a rádio. A bossa. Fico imaginando se as ondas- que onda! - chegariam aos lugares mais distantes que qualquer quantidade de horas de barco, qualquer quantidade e volume de água, bolhas, espuma, chegariam. Vou na difusora: '- Avisa saudades.' Vixe, se treme! Talvez menos árvores para desviar. Talvez menos seios desnudos para olhar. Talvez uma chapinha mal feita, talvez um coque cheio de pudor. Grande rio no peito? Cavaleiro sem medo nenhum. Sou número de topete e ímpar. Sou sol e soul. Sou leão. Hoje sim, tenho peito. Apóio a causa do câncer.

Não esqueço do dia que te dei um sorriso de presente. Nele havia, aos montes, toneladas de sujeiras alheias. Havia sim, a cor do amarelo cor da tua pele suja sem banho. A cor da parede que você queria pintar para parecer menos gélido. Eu me limpei. O branco não é pra todos. É que nem a noiva virgem ao usar. Que piada, noiva. Que piada, virgem. Não distribuo tapinhas nas costas de graça. Não imploro por atenção: Oi?Fala comigo? Você é nova aqui, não vês que esse é meu harém?. Não. Meu cartél é feito por variações pessoais, personificações (adoro essa palavra) do eu mutante. Mutante como a flor laranja que de tanto sol, aquele tão necessário para a vida verde, vira amarela desbotada, como a tua cor pseudo estrangeira. As vezes a gente pode se surpreender. Nesses dias de ventos frios do sul, às vezes me sinto xenofobista. Preciso mandar fazer cobertores de orelhas sob medida.

Nenhum comentário: