Num campo verde, de grama verde, num céu azul existiam árvores. Na grama verde, em baixo do céu azul, existia vida. Da vida vinda do chão coberto de verde e do azul de cima nascia a árvore. Crescia, crescia, crescia até quase tocar o céu. O céu era baixo, se podia tocar com as pontas dos dedos, nas pontas dos pés sobre as pontas do chão. Ao alcançar, parecia estar se atravessando uma camada de gelatina que se rompia ao simples toque dos dedos e, do outro lado, sensação de menta.
Tudo flutuava aos tons cianos. Do céu baixo, de vez em quando chovia. Quando chovia era uma alegria. Podia se sentar à sombra daquelas árvores e observar delas crescer aqueles frutos. Em câmera lenta não tão lenta. Não tinham flores. Dos galhos das copas largas como uma saia rodada de bailarina, brotavam bolinhas cor de vinho de textura emborrachada que iam inchando à medida que a chuva caía, como uma esponja. De longe dava pra ouvir o barulho. Tinha barulho de vida. As bolas cresciam, cresciam. Algumas explodiam deixando o ar tomado pelo cheiro doce, outras ficavam lá esperando para serem colhidas.
Levantou da sombra e foi ao encontro da bola rubra. De tão grande, as duas mãos, (se tivesse mais, também) seriam necessárias para arrancá-la do galho. Com cuidado, fazia-se um furinho com o dedo e se rompia a camada emborrachada liberando todo o seu conteúdo. Por fora borracha. Por dentro gelatina. Uma fruta moderna com as tendências de materiais do atual século. É por que não se fazem mais adjetivos como antes. Seu conteúdo era sempre gelado. Como se tivesse saído da geladeira. Também, o vento vinha tão carregado de águas vindo de tão longe, daquele azul imenso refletido, que não vem daquele céu, que ás vezes penso que ao invés de sal, aquele azul era doce e não era doce por falta de sal e sim, por excesso de açúcar.
Prazer maior não existiria àquele de sentir escorrer pela boca aquela sensação gelada. Se tivesse espelho, seria engraçado enxergar-se com a boca vermelha feito sangue. Algo de se fazer inveja à qualquer vampirófilo. Escorria e não era pouco. Era fluído e escorria vermelho. Escorria gelado. Escorria lambuzado. Dava vontade de tomar banho. E esse era apenas um fruto. Uma bola cheia de (uma) cor e de sensações. Imagine viver de uma árvore dessas. Se naquele tempo o pudesse, faria piscina de refrescar com aquele sumo divino. Se bem que assim, como um tesouro descoberto, não gostaria que virasse a nova sensação dos últimos tempos desde a descoberta da maçã. Pobre maçã, não chega nem às raízes de vossa alteza avermelhada. A intenção era colher todas as bolas, colocá-las enfileiradas e ao deitar sobre elas, ser levada aonde o terreno quizesse (era meio inclinado). Só que estavam bem maduras, quase à ponto de explodir e foi assim que morri afogada. Por osmose.
Tudo flutuava aos tons cianos. Do céu baixo, de vez em quando chovia. Quando chovia era uma alegria. Podia se sentar à sombra daquelas árvores e observar delas crescer aqueles frutos. Em câmera lenta não tão lenta. Não tinham flores. Dos galhos das copas largas como uma saia rodada de bailarina, brotavam bolinhas cor de vinho de textura emborrachada que iam inchando à medida que a chuva caía, como uma esponja. De longe dava pra ouvir o barulho. Tinha barulho de vida. As bolas cresciam, cresciam. Algumas explodiam deixando o ar tomado pelo cheiro doce, outras ficavam lá esperando para serem colhidas.
Levantou da sombra e foi ao encontro da bola rubra. De tão grande, as duas mãos, (se tivesse mais, também) seriam necessárias para arrancá-la do galho. Com cuidado, fazia-se um furinho com o dedo e se rompia a camada emborrachada liberando todo o seu conteúdo. Por fora borracha. Por dentro gelatina. Uma fruta moderna com as tendências de materiais do atual século. É por que não se fazem mais adjetivos como antes. Seu conteúdo era sempre gelado. Como se tivesse saído da geladeira. Também, o vento vinha tão carregado de águas vindo de tão longe, daquele azul imenso refletido, que não vem daquele céu, que ás vezes penso que ao invés de sal, aquele azul era doce e não era doce por falta de sal e sim, por excesso de açúcar.
Prazer maior não existiria àquele de sentir escorrer pela boca aquela sensação gelada. Se tivesse espelho, seria engraçado enxergar-se com a boca vermelha feito sangue. Algo de se fazer inveja à qualquer vampirófilo. Escorria e não era pouco. Era fluído e escorria vermelho. Escorria gelado. Escorria lambuzado. Dava vontade de tomar banho. E esse era apenas um fruto. Uma bola cheia de (uma) cor e de sensações. Imagine viver de uma árvore dessas. Se naquele tempo o pudesse, faria piscina de refrescar com aquele sumo divino. Se bem que assim, como um tesouro descoberto, não gostaria que virasse a nova sensação dos últimos tempos desde a descoberta da maçã. Pobre maçã, não chega nem às raízes de vossa alteza avermelhada. A intenção era colher todas as bolas, colocá-las enfileiradas e ao deitar sobre elas, ser levada aonde o terreno quizesse (era meio inclinado). Só que estavam bem maduras, quase à ponto de explodir e foi assim que morri afogada. Por osmose.
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