Bem, infelizmente meu vocabulário de palavras sujas anda muito restrito.Por um lado é bom, aliás, não é bonito uma mulher ficar falando palavrões todas as horas,.Embora eu fale com bastante frequência.Mas o que me incomoda é que quando eu quero reclamar de alguma coisa,me faltam palavras e as reclamações se concentram em uma só: Puta que pariu.
Estava eu, no meu primeiro dia de trabalho(Tá, não é trabalho, é estágio.Sou a mais nova estagiária da Embrapa.Escraviária na verdade, por que por enquanto não vou ganhar nada, além de experiência, currículo e blá blá blá.Coisas para estimular pobres estudantes como eu a continuar estudando.) e descobri que vou precisar descobrir como fazer meu trabalho.Além de não saber fazer, vou ter que descobrir como faz, e fazer.Minha 'chefe' também não sabe fazer.Puta que pariu.
Depois de providenciar todas as papeladas burocráticas,ganhar meu cracházinho,andar e conhecer meu ambiente de trabalho fui pegar o ônibus para ir embora.A embrapa dispõe de um ônibus exclusivo para os funcionários, por que fica no Km 14 da BR364.É longe e não é brincadeira.Eu pensava, na minha inocência, que o ônibus ia me deixar em casa, visto que era 11:30 am e eu tinha aula na Ufac às 13:30.Feliz, subi ao ônibus e 5 min depois ele parou na BR, ao lado de uma parada de ônibus.Pensei : Puta que pariu.O ônibus te pega em casa, na verdade em um aparada de ônibus mais próxima da sua casa, às 7:00am e te leva de volta às 17:00 pm.Agora eu sei. Puta que pariu.
Calor infernal,gente fedendo, falando alto, galinhas, senhoras,crianças.Uma miscelânea de coisas boas para uma quinta feira ao meio dia e para quem está dentro de um ônibus que demora 1h para chegar à cidade.Puta que pariu.Com vontade de chorar, com fome, extressada eu ficava me repetindo: Puta que pariu, puta que pariu, tem que valer a pena.TEM QUE VALER A PENA!!
E é isso. As coisas são difíceis, a gente sofre, se fode(ainda não me divirto) mas espero de coração que as coisas melhorem pra mim.Afinal não é possível que as coisas ruins aconteçam de graça. Tudo tem um motivo (momento auto-ajuda) e se coisas ruins acontecem agora, boas coisas virão.Um dia.
Alguém, além de mim, acredita nesse papo?
Muitas
Há 4 anos
8 comentários:
Do jeito que você falou, dá até pra entender a teoria do Alexandre Frota, de que não existe propaganda negativa!
Inté!
Trabalhei no Km 10 da Transacreana por quase um ano, galinhas e gente fedida todo dia era o pior dos infernos, fique anêmica, passei fome, me perdi a pé na estrada sem luz a noite, peguei carona de caminhão, tomei água suja. Acabei saindo achando difícil e hoje morro de arrependimento, era uma ótima experiência profissional e ainda fiquei menos fresca com um monte de coisa passando pelas dificuldades. Acho que deve tentar.
"galinhas e gente fedida", parece descrição de shows de axé. kkkkkkkkkkk
É isso mesmo Kaline! Pode reclamar! quando eu trabalhava na sindicância da penitenciária era assim também! as palavras que eu mais pronunciava era PUTA QUE PARIU! de lá ia pra aula de ônibus cansada, morrendo de calor,e no ônibus? tinha "galinha" de todas as categorias... sacou? ônibus? penitenciária? mulher de preso? enfim... hoje estou na Assembléia muito bem OBRIGADA,escrevi até um texto também sobre meu estágio, sexta-feira ;p coisas melhores virão maninha =) acredite! torço por você Pi!
vale a pena sim! ;)
pode ter certeza.
o esforço é sempre recompensado! o/
estou com saudades de você.
gostaria de lhe encontrar para tomarmos um café. er... tá, pode ser álcool também! ;*
eu nunca sei se sou a favor do id ou do superego - acho freud e steven spielberg a mesma pessoa. mas creio que um pouco de método não faça mal a ningúem. geralmente quem diz "faça o que eu digo não faça o que eu faço" também diz "farinha pouca, meu pirão primeiro". tem gente que confunde autenticidade com crueldade. tem gente que leva galinha dentro do ônibus. tem gente que leva a galinha dentro de si. rs! ;-)
mas em mil novecentos e noventa e nove eu estagiei numa agência onde não chamavam os estagiários pelo nome. Quando se referiam a um de nós era de Estagiário, mesmo. A gente tinha uma gana de crescer na profissão, mas só fazia a raspa do tacho. Eu chorava escondido no banheiro. Odiava o Paulo Coelho e sua gente adepta do olhe pelo lado bom da coisa. Eu olhava o lado ruim. Hoje eu sei que fui o único que conseguiu mudar uma ordem: saí da agência sendo chamado de Estagianuário.
Sacou? De vez em vez a gente subverte as coisas.
Agora que li teu comentário, fazia tempo que não entrava no coisenhas.blogspot. Então, trabalhava no Centro de Formação dos Povos Indígenas da Floresta e tava tudo índio, mesmo à duras penas, não sei para que saí, já tinham até me promovido de estagiária a prestadora de serviço (só não dá para estagiar pelo CEE mais que dois anos). Ô, qualquer tipo de nomeclatura escravista é melhorzinha que ficar "à toa". Experiência ou morte.
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