na ressaca de um mojito só.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
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domingo, 12 de dezembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Do dia que te vi na rua
Teria sido melhor se eu ao invés de desviar o olhar, desviasse o carro e batesse na primeira latrina, no primeiro poste que estivesse pela frente. Aí sim eu teria motivos para sentir dor. Enganaria meu cérebro, deslocaria as sinapses para a testa batida no volante, ou pra perna amassada pelas ferragens, ou para as orelhas atingidas pelos estilhaços do vidro. Aí sim eu teria motivo para doer à vontade e deixaria minha gastrite quieta pra sempre.
Se eu tivesse escolhido outro caminho, aquele que costumo ir... Mas não, logo hoje decidi fazer um percurso desconhecido só por que ouvi dizer que faz bem para o cérebro. Exercita. Deixa inteligente. Mas eu não quero ser inteligente. Quero só ser eu e em toda a miudeza dos pequenos grandes detalhes e defeitos pré-moldados.
Talvez eu devesse ter saído de bicicleta, mas o pneu dela está sempre murcho. Sempre, sempre, por mais que eu insista em deixá-lo apto para a minha próxima volta. Pensando bem, se eu tivesse saído de bicicleta também tinha te encontrado. Você está em todos os lugares. Nos orelhões, nas calçadas, nas vidraças, nas costas de meninos e homenzinhos em puberdade. Nas camisetas da Hering, nas cores que vejo pelas vitrines. Não adianta eu desviar o caminho. Sempre vai ter um quiosque que vende cachorro quente, sorvete, pipoca doce, pizza, sushi... que você gosta, assim como eu, de coisas que engordam. Pois é, somos dois falsos magros com cérebros gordos, mas eu só queria ser inteligente. É eu sei que disse que não queria ser, mas na verdade, no fundo mesmo, eu queria. Queria poder assistir filmes e ouvir músicas sem conectá-los aos meus sentimentos - olha a pretensão- como se os autores tivessem feito aquilo que vejo e ouço só pra mim. Sou burra, eu sei. Mas todo mundo acha que o que serve como carapuça, foi feito por encomenda.
Eu te vi na rua mas não desviei. Passei por cima e você nem me viu.
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quinta-feira, 11 de novembro de 2010
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
na plena flacidez dos meus antebraços, olho a face de uma senhora que passa na rua, a balançar pelancas, e vejo meu destino claro amórfico diante das pálpebras escurecidas por maquiagens de má qualidade.
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Das bobagens sinceras
O resultado se reflete naquela gargalhada fora de hora ou mesmo pela demora para cessar a mesma, cuja hora já passou faz tempo. Se reflete no rubor das têmporas e no miúdo dos olhos que não encontram direção confortável para assumir o desconforto que é proferir coisas sem sentido - aparente - e persistir tentando consertar o que não há conserto. Assim como as mãos que procuram buracos, adjacências, dobras de pernas, frestas, etiquetas, unhas, cutículas e caminhos para se esconder. Parece que quando escondemos a mão, a vergonha passa e nos sentimos mais confortáveis. Vai entender.
Sempre que sai no meio de uma conversa sobre política ou 'atualidades':" É verdade que a ponte aérea Rio- São paulo é uma ponte mesmo?" ou "Vocês conhecem aquela raça de cachorro que tem a língua azul? Pois é, meu avô tinha um", ou até mesmo informações detalhadas sobre a vida e obra da iguana chamada Iana, eu, apesar do desconforto, sinto um certo carinho e comoção pelo silêncio manifestado pelas bocas ouvintes e pelos prováveis pensamentos desrespeitosos concernentes ao autor das pérolas bobas, mas sinceras. Por que em muitas vezes estive do outro lado e pra falar a verdade, tenho estado de vez em quando. Só que a diferença, que não sei se é compartilhada com outros insanobobos, é que percebo quando a merda é grande, a estupidez é colossal e totalmente inaquada para a situação, que começo a enumerar xingamentos e humilhações para mim mesma, ensaio fugas históricas por baldrames de banheiros, frestas de portas, buracos de tijolos, quer dizer, isso quando eu era magra. Hoje em dia as fugas são mais modernas como a abertura do telhado ao encontro do céu e eu agarrada a um cabo de aço sendo suspendida por um helicóptero, jogar um pó no chão que me faça desaparecer sem deixar rastros ou mesmo voltar no tempo, apagar a memória recente do ouvintes e os fazer esquecer do constrangimento causado.
Cada um tem sua técnica e depois de fugir com um helicóptero ou pela janelinha do banheiro, a tensão passa e temos a chance de tentar falar algo ou permanecer calados sem que haja a necessidade de gastar neurônios imaginando fugas, que vamos combinar, cansam só de pensar e ando tão sedentária, sabe?
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quarta-feira, 20 de outubro de 2010
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Não acredite em mim. Eu deixei de me acreditar faz tempo.
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sábado, 16 de outubro de 2010
Avia
Olhavam ela, o gato, e o vizinho curioso por cima dos muros, que há de se dizer, por aqui são baixos. Olhavam e esperavam eu me levantar. Veio uma formiga, depois um sapo passou pulando, tão alegre e satisfeito com a chuva que nem se deu conta do que se passava na sua passagem. Tive um arrepio, como sempre, mas não consegui demonstrar reação. Poderia ter feito alguma coisa, mas não fiz. É um perigo existir hoje em dia, coexistir, ainda mais. Enquanto rasgava as costas escorada na coluna que sustentava a cobertura, contava carneirinhos esperando a dor passar, que nem se faz quando o sono não vem. Contei milhares até que eles começaram a se transformar em outros animais. Alguns não tinham nome mas iam ganhando forma no céu que ficava cada vez mais com tons alaranjados. Não sei por que, mas laranja me lembra verão e aquela noite bem que poderia ser um verão, um início de um ano novo, ou sei lá, apenas um dia qualquer. E pensando bem, hoje em dia foi.
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010
domingo, 10 de outubro de 2010
Diálogos
- Eu tenho um carro importado - um não, dois - uma mansão em bairro nobre, um flat na praia, um cartão de crédito sem limites, um jet ski, um zoológico particular, um campo de futebol, ações na petrobrás, uma loja em paris...
- Eu tenho um frigorífico de aves.
- Já eu tenho uma árvore, um caderninho de anotações e um saco de pipoca doce.
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Sinta, mas sinta mesmo, a energia da indiferença vinda dos meus ovários.
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segunda-feira, 4 de outubro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
a textura das minhas mãos tem acompanhado meu estado de espírito.
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terça-feira, 28 de setembro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
Do lado do soutien que cabia mais peito, cabiam também sentimentos que muitas vezes precisariam ser guardados nos olhos, para que não tivessem de ser materializados. As pessoas roubam aquilo que não tem título de propriedade. Vejam só os índios! O uso capião virou velhaco, mas ainda cheio de dentes. O meu? rosna de vez em quando.
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quantos dos meus cabelos crescem em um mês?
me perguntei ao perceber que me sinto brega, mas às vezes, relevo.
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terça-feira, 21 de setembro de 2010
Sobre vassouras e cavalos
Estive em vários lugares ao mesmo tempo, em um deles chegou um menino, nos altos de seus 10 anos, de cabeça baixa, e ao olhar pra cima, pra mim, sentada tomando uma água mineral com gosto de sal, percebi que ele tinha vasourinhas nos olhos. Cada palavra era uma vassourada naqueles olhos redondos, como todos são, mas eram profundos e queriam me dizer muitas coisas. Muitas delas eu consegui entender, muitas outras não. Olhar de criança é matador. Fiquei lembrando das vassourinhas por dias, semanas, meses. Ele dizia algo sobre uns cavalos que tinham fugido da fazenda onde seu pai trabalhava. Que eram lindos e muito especiais. Um deles era preto e usava luvas brancas. Perguntei: Usam luvas brancas? Ele respondeu que sim, como se não fosse nenhum absurdo um cavalo usar luvas. Ele brincava com uma folinha seca desenhando caminhos pelo chão. Se dizia triste por ter que ir atrás dos cavalos: Eles correm muito, estou cansado de correr. Eu disse, fica aqui um pouco, puxei assunto sobre a sua familia, mas ele só falava dos cavalos. Disse também que se fosse um cavalo, valeria muito mais que um. -Acho que eu valeria um milhão de reais. Perguntei o por que de ser tão valioso, e ele respondeu: - Eu corro bastante, não nego corrida não, sou leal aos meus pais e amigos, raramente fico nervoso e, olha só o que eu tenho - levantou a blusa de manga comprida e me mostrou as mãos - tenho luvas brancas. Meus olhos se enxeram de lágrimas. Aquilo tinha sido uma das coisas mais bonitas que eu já tinha ouvido. Ele tinha problema de pele, esta estava sempre coberta. De repente ele levanta em um pinote e sai correndo e quando percebi vi um cavalo marrom, brilhante, forte com as patas brancas, também correndo pelo pasto.
-Pareciam luvas mesmo.
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010
se o medo da culpa passou, nada mais impede essa consciência imunda.
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Menina, macaco e cara de sirigüela
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quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Das minhas letras e dos livros de português - que foram apostilas.
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quarta-feira, 4 de agosto de 2010
terça-feira, 3 de agosto de 2010
do lado esquerdo
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Assim como os ipês amarelos da cidade, estou fazendo primavera.
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sábado, 31 de julho de 2010
Das pontas duplas 1#
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Das pontas duplas 2#
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quarta-feira, 28 de julho de 2010
domingo, 25 de julho de 2010
Tinha problemas conjugais.
Ainda conjugava o verbo na primeira pessoa do plural.
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doce
na sua boca sou doce dos mais doces, dos exóticos, dos sem nome, dos sem patente, de tubérculo ou de país. sou doce na sua boca e sinto felicidades coloridas.
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Aqui não chove mais.
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sexta-feira, 23 de julho de 2010
aprendi que contos não precisam fazer sentido para serem sentidos.
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terça-feira, 20 de julho de 2010
Dos herros de portuges
Não quero livrar-me dos erros de português. Tenho apego. Gosto muito dos meus.
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sexta-feira, 16 de julho de 2010
do descontrole pipocal
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quarta-feira, 7 de julho de 2010
quero uma janela que escorra água da chuva,
quando esta resolver aparecer pelas bandas daqui.
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quinta-feira, 1 de julho de 2010
D'o comedor
Procuro fazer amigos apenas por um objetivo: comê-los. E a escolha é sempre feita seguindo sempre os mesmos critérios: influência. As vezes os amigos dos amigos, me parecem interessantes. Quero ser que nem eles, mas não posso. Quero enxergar que nem eles, mas não tenho olhos. Quero sentir como eles sentem, mas não tenho apenas um sentimento. Me perco dentre os vários que permeiam dentro de mim, que acabei roubando, ingerindo por outros intestinos delgados.
Tem amigos meus, os considerados de coração, sabe?, que eu começo comendo pelos dedos. São aqueles que escrevem bem, que falam verdades, mentiras, alucinações, ou mesmo textos e textos de auto-ajuda. Adoro quem se auto ajuda. Acho tão bonito. Vou lá e como. Como tudinho, cada partezinha das falanges magras. Mas nunca comi uma mão gordinha. Gosto das unhas também, das mulheres claro. Principalmente daquelas pintadas de vermelho. Vermelho me lembra sangue, que me lembra morte - adoro morrer- que me lembra comida.
Já comi olhos. Das mais diversas cores, formatos e sabores. Comi alguns aromatizados e coloridos artificialmente. Foi normal. Comi cérebros, mas ainda não comi o bastante, não me tornei inteligente e a cada dia que passa, está ficando mais difícil. Já comi corações de gente não muito boa, é dificil encontrar um que preste. Prefiro o de galinha. Comi bocas, à força, claro. É difícil convencer alguém se aproximar de mim sem ter uma boa desculpa. Nada melhor que a obrigação pra me livrar da repulsa.
Já comi cada coisa que é melhor nem comentar. Hoje em dia, sou um cara que come, mas come por orgulho. Sou daqueles que acha que não há mal em querer as coisas dos outros pra si. Afinal, a vida é um desejo só. Ter amigos perto de mim, mesmo que o perto seja dentro, é o que eu quero. Se não quiser ser meu amigo, te como. Simples assim.
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quarta-feira, 30 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Depois tudo vira uva.
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domingo, 13 de junho de 2010
Do vazio de luz
na beleza melosa de tecas tristonhas, vejo o chão, abaixo e ao mesmo tempo, dentro de todos. pedaços secos de vidas vazias de luz.
no vento ensolarado das ruas, vejo cérebros, acima e ao mesmo tempo, dentro de alguns. pedaços murchos de vidas vazias de luz.
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Marcadores: poe
sexta-feira, 11 de junho de 2010
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quinta-feira, 10 de junho de 2010
O problema de ter um ídolo é você querer ser que nem ele. E nem sempre escolhemos bons ídolos para ser. Nunca fale em voz alta sobre.
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quarta-feira, 2 de junho de 2010
Da aleatoriedade e do destino se faz uma grande e insignificante tragédia pessoal
Logo na saída, aquele veículo automotor que nos conduziria ao nosso tão desejado lar, doce, limpo, lar, deu sinal de que não estava muito bem aquela manhã. Tossiu, reclamou, rangeu engrenagens, faltou bater o pé no chão e dizer: Não vou. O motorista, trocou 6 por 1/2. E nós tivemos que trocar de carro. Cada um com suas coisas nas costas, nas mãos e nos braços, procurou se acomodar da melhor maneira possível, mesmo que isso não seja algo tão literal.
A poltrona era de couro. Daqueles que ninguém nunca, nunca, mas nunca limpa na vida. Foi cinza na juventude, hoje tinha cor de café com leite. Mais café que leite. Tentei tirar da minha cabeça a idéia de cabeças, braços e pernas suadas e seus vestígios enquanto eu sentava ali, sem a oportunidade de reclamar, pois para quem tem pouco dinheiro e falha na hora de fazer orçamentos, eu não tinha alternativa mais barata que essa. Barato, que saiu caro, diga-se de passagem interestadual. Procurei também não reparar que o lugar de se colocar bagagem de mão, acima de nossas cabeças estava sendo equilibrado por algumas barras de ferro, pensas, tortas, desajustadas e havia um rombo, isso mesmo, um rombo no teto que dava pra ver o céu. E não não me refiro à janela de ventilação.
Havia uma criança a escorrer catarros, uma senhora de saia florida, um rapaz com uma calça jeans justa e um cinto com fivela de cavalo, um homem sujo de graxa, com cara de mecânico, uma moça que fingia ler uma apostila xerocada, outra criança pra lá e pra cá no minúsculo espaço entre as cadeiras, uma mulher com peitos a saltar da blusa, havia um nariz, um bigode, e por tras dele, um homem. Todos tinham os sovacos suados.
Eram máquinas, tratores, homens sujos, suados e homens dentro de cabines com ar -condicionado. Todos a atrapalhar o trânsito de pessoas que esperavam ansiosamente o fim de uma obra de dez anos que iria transformar 220 km de barro (e todos os estados físicos da matéria), buracos, ondulações, crateras e aventuras em 2 horas de viagem linear, quase inaudível, talvez agradável. Já esteve mais longe, diziam. É, concordei, já esteve.
Alguns quilômetros depois de constatações saudosas, revoltadas, percepções alheias ao clima, o formato da copa das árvores que insistiam em existir no vasto campo dominado por eles, os donos do pedaço, bois, nada sagrados e por muitos odiados ou desejados, algumas unhas e cutículas pestiscadas, algumas, na verdade três tosses profundas, um pastel de carne, alguns goles de água- poucos por que do jeito que as coisas iam, eu morreria com a bexiga na cara, mas não chegaríamos à um banheiro antes de uma tragédia molhada- alguns choros sem graça, como todos os choros infantis costumam ser, algumas conversas inocentemente ouvidas sobre como o trabalho anda difícil, as coisas caras, confissões de mulheres infiéis que não suportavam ter que engolir suas mentiras e nem de seus companheiros, que ainda mesmo, ao voltar para casa depois de um dia todo de trabalho, não importando qual tipo de trabalho tenha sido, os recebiam, eles os companheiros homens, com aquele sorriso, muitos sem dentes, mas com cáries, ah sim, cáries, e tinham um prato de arroz com farinha e um pingado de peixe. E um pouco de amor, claro, por que é isso que as mulheres fazem: perdoam. O ônibus dá uma parada brusca. O sol, à pinotes no céu, bombando raios solares e vento que é bom, nada. O motorista, desce, demora um pouco, sobe e diz: "É, agora lascou-se". A felicidade se espalhou junto com uma carrada de poeira levantada por um taxista que passou exatamente nessa mesma hora " lascou-se".
- A barra de direção. É, quebrou. Vou tentar remendar.
Até onde eu entendo de mecânica, uma barra de direção quebrada é quase como um ataque cardíaco, é mortal. Mas eu devo estar enganada, pois após esse leve pensamento, vejo o motorista subindo com uma barra de ferro, de mais ou menos uns 2,5 m, colocando ela no meio do corredor do ônibus e dando partida. Tudo ia bem na minha viagem e na do elefante indiano que passava sobre meus olhos até que, até que, até que, até que, o ônibus quebra denovo. O mesmo ritual, o motorista desce, com cara de putaquepariu, endireita a roda no eixo do chassi, volta marrom e rosa. Marrom por causa da poeira e rosa porque tinha cara de português, daqueles que suam e ficam rosa. Quase um leitão. O ritual se repetiria mais umas 5 vezes, mas o que tornou a quarta vez mais interessante foi o fato de ter quebrado em frente a uma área que tinha árvores, mangueiras, dois pés de mamão com frutos maduros. Não preciso comentar que comeu-se mamão sob a sombra de mangueiras.
Desde a quarta quebrada, o céu ameaçava chover. Claro, não faltava nada além de chuva e a falta de combustível. A falta de combustível eu não sei, pois depois da ameaça cumprida, na quinta quebrada, o ônibus atola em uma vala no canto da estrada. O buraco foi fundo e havia barro e grama na janela. Claro que as crianças começaram a chorar, os velhos a coçar os sacos, as velhas a sacudir saias e eu tomei uma atitude, claro também. Retomei meu contorcionismo há muitos anos não praticado, sai pela porta, em cima de um barranco e pulei pro meio da rua. Ia passando um carro, que oferece ajuda ao motorista rosa. O carro tinha duas pessoas e um banco lindo, estúpidamente vazio e espaçoso atrás. Acendeu uma lâmpada na minha cabeça, vesti minha melhor cara de pau e propus:
- Os senhores poderiam me dar uma carona?
Era uma dupla de irmãos. Não meus, quer dizer, vai saber, mas irmãos em cristo. Pastores, missionários, alguma coisa da igreja maranata que estavam voltando de mais uma missão cumprida, alguns dízimos e algumas pessoas salvas para o reino do senhor, deus pai, todo poderoso, criador do céu, da terra e dos homens. Ao sentar vi que havia um rádio no painel. Tremi dos pés à cabeça imaginando que teria que passar horas ouvindo hinos agudíiiiissssimos de adoração. Mas não, graças à ele. Parada para o pastel e um deles me pergunta aonde eu moro. Eu disse e ele disse que havia uma igreja deles perto da minha casa. Eu pensei: interesseiro. Tomei um gole de coca-cola, dei meu meio sorriso, emiti um som que significa, as vezes, que não tenho mais nada pra dizer a não ser: hum.
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Marcadores: viagens amazônicas
sexta-feira, 28 de maio de 2010
há dores que a gente esconde na garganta ou no estômago, que é pra que ninguém consiga vê-las.
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domingo, 23 de maio de 2010
eu, eles , ruivos
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terça-feira, 11 de maio de 2010
Esse cheiro de puberdade não me comove mais. Desculpa.
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sexta-feira, 7 de maio de 2010
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sábado, 1 de maio de 2010
Responsabilidade é tudo aquilo que se toma pra si. Senão, não passa de obrigação.
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quarta-feira, 28 de abril de 2010
que mistério que há
que mistério faz chover, jogando chuva nas nuvens e depois reclama do que manda de volta, o céu.
que mistério tem alice, com seus olhos borrados e tristes, como um conto escrito em papel sujo de outros sujos, como um canto escuro cheio de outras tristes a borrar olhos e calças.
que mistério tem a mesmice que se repete, se ri e se sente, como se a primeira vez fosse, como se fosse qualquer coisa, menos nada, primavera.
que mistério, insiste, há nesse que tudo ou nada se vê, viver entre folhas e luzes, escondendo o que realmente não se necessita, e a vida, lá fora, que há, onde está?
o mistério que existe, apagou-se nos mistérios da esquisitisse, que só quem tem paciência, insiste, ouve e lê sem bocejar.
e deixo escrito que não tenho.
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terça-feira, 27 de abril de 2010
Não, não sei se foice ou lâmina. Mas deveria ter ido há tempos.
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quinta-feira, 15 de abril de 2010
domingo, 11 de abril de 2010
da venta e do verde azul
Triste é ver essa coisa enorme sob nossas cabeças e sentir o quão mal tem se feito. Não tardar muito e o azul com carneirinhos tornar-se-á cinza e escuridão, por fim. E momentos como esses que poderiam ser perfeitamente compartilhados num vento seco, resultado de um pseudo frio, vir desarrumar a franja, cobrindo os olhos a olhar aquela linha, horizontal, dependendo de que ângulo se vê, se dissolver em segundos laranjados. Poder-se-ia compartilhar, se assim pudesse. Estar viva é muito mais gratificante do que um par de camas sem pés a ranger. Por que a ausência e a certeza de que a mesma é pra sempre, por vezes conforta, por outras é grata por que na vida, nada é por acaso e acima daquela imensidão azul e seus carneiros, há quem saiba demais.
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Marcadores: que
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Vermelho, amor.
Desejo todos os tons de vermelhos
um para cada boca,
um pra cada dia,
um pra cada louca,
um para cada par de olhos
Os vermelhos me são vastos
e me deixam rastros por onde passam
Meus vermelhos são fortes, vezes fracos
Mas gosto não têm
Meus vermelhos propósitos
indiscretos e incômodos
Me colocam um pouco
da cara cor na face
O espelho diz:
tu sabes o vermelho amor que tens.
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quarta-feira, 7 de abril de 2010
C
Pro silêncio que corrói unhas, estômagos, membros e braços
naquele silêncio que ecoa do nada pro nada e pra nada
solto sem dor nenhuma, um dó maior
e um mantra diário que me faz melhor, cada dia mais.
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segunda-feira, 5 de abril de 2010
Das mudas
Roendo fracionadamanete unhas,
olhando detalhadamente céus
contando meticulosamente gotas
rezando pra calçada mudar de lugar
toda vez que os ângulos das suas pernas
já tortas de futebol,
formarem cruzes apontando pro céu
Quantos carros coloridos
E minha face sem cor
Quantos postes, quantas costas definidas, divididas
Cara e espelho, sem tirar nem por
Me falta um batom , querida
Quantos postes, quantas costas
Poder de ir e vir
Quantas noites, quantas mortes
Ai que vontade de rir
É sem tirar nem por, menino
Sem tirar de cor
Sem mudar de cor, menino
Sem mudar de cor
Não se muda só mudando de endereço
Não se muda se morrendo o dia inteiro
Não se muda gritando, não se muda fugindo
Não se muda matando
Não se fala, não se muda.
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sábado, 3 de abril de 2010
domingo, 28 de março de 2010
Sim, síndrome de down não tem cura e nem se pode escolher seus genes, mas coliegas: maquiagem forte usa quem pode.
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segunda-feira, 22 de março de 2010
Do que passou e do que ainda fica.
A fachada tinha mudado de cor, depois de tanto tempo sem voltar lá, errei o endereço. Olhei pro canto do muro e lembrei das roseiras que furavam o dedo quando criança. Viraram concreto. - É mais fácil de lavar. E eu balançava a cabeça concordando pra não ter que discutir a imporância de se ter solo, grama, terra na sua casa. Ia demorar demais e além de estar com preguiça e com sede, ia dar muito trabalho.
O corredor sempre foi escuro. A mesa da sala de estar de madeira boa. Não precisa ser um bom conhecedor de madeiras pra saber quando uma é. Um quarto à direita tinha se transformado em dois, onde uma prima, até então desconhecida, assistia um desenho animado na tv, comendo tangerina. A vó gritou: - Menina, não vai me melar a blusa, oxente! Ela me olhou, melada até a testa e sorriu. Sorri também. Não me custava nada.
Em frente a mesa da sala, um parapeito com casamentos, batizados, aniversários de criança, velhos em sua juventude, irmãos, parentes, o cachorro, já então falecido, um paninho de renda verde e um monte de gente pra mim desconhecida. Pensando bem, já era tarde de mais para conhecer algumas delas.
Sigo em frente, lembrando que quando era menor, ele costumava colecionar telesenas na gaveta de madeira que tinha cheiro de fungo. Tinha também uma máquina de escrever e umas revistas de mulheres bonitas, bem bonitas. Era o que eu sabia naquela época. Hoje em dia o lugar virou uma outra sala, com um sofá também mofado, as mulheres já estão idosas ou mais que isso. E as telessenas, foram recaptalizadas.
Na parede e na porta, retratos saudosos. E alguns fungos também. Era bem úmido e choroso aquele lugar. Olhei pra mim, há anos. Sem alguns dentes, mas os olhos eram os mesmos: duas jaboticabas em forma de gota inclinada. Os cabelos lembrando meus ancestrais absurdamente desconhecidos. Senti um cheiro de picolé de côco que ela fazia e das fivelas de cabelo que ela me dava. Eram feias, eu nunca usaria, mas sempre guardei como forma de respeito. Apesar de nunca tê-la por perto, e eu nem queria, fiquei triste e de coração mole.
Outro quarto escuro, parecendo uma cela. O cheiro também não era agradável. Ser velho e dependente é degradante. Estava ela, sob ossos e peles, deitada numa cama de madeira também. Ele, em vida, era marceneiro, carpinteiro e sabia fazer as coisas.
- Como você está gordinha. É..saudável,né?. Alguns minutos de interrogatórios repetidos, me despedi como se fosse a última vez. - Fica com deus. - Mande lembranças à sua irmã. - Tá, eu dou, eu dou. - Vá à praia, faz muito tempo que eu não vou lá. Vi umas lágrimas escapando entre a brecha que abriu entre os olhos e a pele de bochecha, mas era comum, era muito emotiva.
Fui ao sofá, enfiei a mão na lateral pra ver se achava algo que tinha escondido há décadas. Não achei, óbvio, mas tive aquela sensação de alívio e uma vontade louca de tomar banho no mar.
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quarta-feira, 17 de março de 2010
Eu não tenho pena. Não gosto de competir com quem tem mais do que eu.
Postado por Kaline Rossi às 09:17 1 comentários
sexta-feira, 12 de março de 2010
Ela parece um cupuaçú peludo, só que é fedida. Mas cupuaçú não toma banho. A conclusão mais imbecil de todos os tempos: Minha cadela é um cupuaçú!
Postado por Kaline Rossi às 14:52 0 comentários
quarta-feira, 10 de março de 2010
ri
e quando eu não conseguir mais enxergar o rio da janela no quarto vazio da casa, quando essas invasões estiverem despedaçadas de mofo e leptospirose, malária, dengue, e todas essas doenças tropicais, que parecem ser muito mais especiais que as outras doenças só por que não tem dinheiro sendo investido, simplesmente por serem doenças que somente os pobres , a grande massa, contrai. E não é nada difícil pois doenças causadas por parasitas como bactérias, protozoários, podem até ser complicadas de tratar, mas se conseguem tratar um vírus que se muta a cada ciclo de vida, por que não investir em saúde, pelo amor de deus! Sabe por que esse alvoroço todo chamado batalhão da dengue, que diz que vão reduzir drásticamente os casos ? É muito óbvio, elementar, eu diria: o ciclo de vida do mosquito está chegando ao fim, é muito fácil acabar com o que já está acabando.
Na verdade eu só precisava dizer que passo muito tempo da minha vida doente, observando pássaros na janela, contanto unhas pelo chão e ouvindo minha cadela roncar.
Postado por Kaline Rossi às 21:12 1 comentários
quarta-feira, 3 de março de 2010
Desde de ontem decidi que apartir de hoje meu sobrenome vai ser flor. Porque? Porque eu acho bonito.
Postado por Kaline Rossi às 19:09 0 comentários
No claro ainda das sete horas da noite, o tempo, esse imundo, passa como se fosse correndo da polícia. Pronto, já se passou à ferro também as horas e as coisas acumuladas vão pra gaveta. Anoto na agenda pro dia de amanhã, o que não foi feito. É normal deixar-se consumir pelo desânimo e pela preguiça de vez em quando. Todo mundo merece um tempo down, sem falar com ninguém, sem ter que responder e nem lembrar que as pessoas existem, por mais que elas insistam em existir. O problema todo é quando isso se torna rotina. A desorganização é uma pilha de afazeres que você sempre come fria e sem a ajuda de bacterias digestoras de celulose.
Postado por Kaline Rossi às 15:11 0 comentários
domingo, 28 de fevereiro de 2010
O TEMPO QUE NÃO SE PERDEU- Arquivo??
Não se contam as ilusões
Nem as compreensões amargas,
Não há medida para contar
O que não podia acontecer-nos,
O que nos rondou como besouro
Sem que tivéssemos percebido
Do que estávamos perdendo.
Perder até perder a vida
É viver a vida em morte
Não são coisas passageiras
Mas sim, constantes, evidentes,
A continuidade do vazio,
O silencio
Em que cai tudo
E por fim nós mesmos caímos.
Ai! o que esteve tão próximo
Sem que pudéssemos saber.
Ai! o que não podia ser
Quando talvez podia ser.
Tantas asas circunvoaram
As montanhas da tristeza
E tantas rodas sacudiram
A estrada do destino
Que já não há nada a perder.
Terminaram-se os lamentos.
Postado por Kaline Rossi às 09:13 0 comentários
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Páginas e páginas em branco a preencher. E a apagar.
Postado por Kaline Rossi às 12:24 0 comentários
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Dava uma agonia precedida daquela vontade de socar a cara quando o via com aquele livro de frases feitas em baixo do sovaco suado. Não precisava dizer que fedia também. Estou com aquela coceira no dedo indicador chamada delete.
Postado por Kaline Rossi às 11:46 1 comentários
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
a noite engorda junto a lua.
crueldade é pouco apelido
pra nomes própios
e artigos indefinidos
'é ninguém. ninguém o é e nem nunca foi.'
é melhor fechar os olhos
e abrir só depois
que essa vontade de fazer rimas
escorrer com a chuva que vem
pra destruir ruas e vidas
quizera ter vindo ano passado
pro passado ir passando
passarinho.
Postado por Kaline Rossi às 07:36 0 comentários
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Postado por Kaline Rossi às 15:41 0 comentários
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Sorria - mesmo que seja com a sombrancelhas nas alturas.
Postado por Kaline Rossi às 08:10 1 comentários
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Da ciência evolutiva aos lavadores de carros.
Não há como negar as habilidades inerentes ao ser humano. Assim como não se pode negar que a habilidade de polegar opositor não é nada mais que uma tendência genética, desenvolvida por muitos e muitos anos, inclusive pelos macacos, nossos primos. Ok, seus primos. Concordo com oo determinismo biológico e que tudo e todos os tudos estão pré-dispostos geneticamente à inimagináveis possiblidades culturais, físicas, mentais- hoje em dia, até virtuais- de serem o que são e o que não gostariam de ser. O ambiente, o meio, o todo, o inteiro, influenciam na manifestação, desenvolvimento, ou não, de certas tendências. Um mundo de possibilidades que cabem numa espiral de dupla hélice, proteinada, turbinada, elétrica, bombante dentro de cada célula do corpo. Há controvérsias que você pode até discordar em partes. Mas só em partes pois na ciência o nada é inquestionável, ou seja, tudo o é.
No reino animal, e no vegetal também, seres com a cargas genéticas semelhantes, equivalentes, e, reprodutivamente falando, viáveis, procuram parceiros ( no singular e no plural) idem. Mas como lidar com a concorrência no meio natural onde uma planta não pode alisar o cabelo, não pode se enfeitar de ouro, usar salto, shortinho, decote e nem atacar o macho para garantir vantagem reprodutiva e perpetuadora de semelhantes? Como um animal pode impedir a fêmea que está no cio, doida para 'reproduzir' com vários, ou apenas com um - a monogamia existe. Não é lenda. Porém, evolutivamente falando, para algumas espécies não é interesante pois limita as possibilidades e chances de mais 'semelhantes' pairando por aí, por muito e muito tempo. Talvez hommo sappiens seja uma delas. Ênfase para o talvez. A natureza é sábia e dá artifícios, trejeitos, cores, aromas, 'atributos', vantagens para alguns, permite a transformação, mutação, adaptação, criação de novos mecanismos únicos capazes de garantir tudo que um ser vivo quer: Nascer, resistir às dificuldades ambientais, se alimentar, se reproduzir, morrer e gerar vida para outros.
Mas a natureza de um homem, macho, XY, de hoje em dia é no mínimo intrigante, pra não dizer imbecil. É instintivo- e há quem diga que o 'instinto' não exista, porém é inegável que algo há- no comportamento de um homem ao presenciar, avistar e até apenas ouvir falar, de uma mulher bonita, atraente, potencialmente, sexualmente ativa, ou com alguma qualidade que disperte o interesse, em outras palavras: basta ser mulher. Lembrando que falo de uma espécie específica de homens: pedreiros, lavadores de carros, flanelinhas, mendigos, limpadores de janelas, consertadores de ar condicionado, vigias, motoristas de ônibus, moto-taxis, vendedores de chinelos, de pipoca, de banana, de balões, de sorvete entre só mais alguns outros. Você está incluido nessa lista? Então não se 'doa', meu rapaz. Claro que os atributos externos potencializam facilitando ou dificultando o encontro dos 'x', mas concluo que basta a bicha ter nascido mulher mesmo. E falo sério, sem medo de ser feliz. É inegeável, I-N-E-G-Á-V-E-L, a influência que mulheres bonitas, atraentes, têm sobre os homens. E claro, que a inversa pode ser verdadeira. Ênfase para o pode. E claro também que aí entra o fenótipo provável da portadora dos melhores genes, do melhor ' instinto' maternal, potencial educadora e criadora dos filhos entre outros. E toda aquelas coisas geneticamente programadas, como chips de celulares. Não que isso seja socialmente assumido, mas como eu disse " a ciência explica tudo".
Há uma paralisação que dura apenas uns segundos. Para-se tudo que se está fazendo. Hormônios são disparados com o sinal: " ALERTA, ALERTA" e ele sorri com o canto da boca, descontrai as sombrancelhas, dá uns trejeitos nas pernas, arruma a roupa, quando tem tempo, penteia o cabelo, passa um pouco de cuspe na sombrancelha, uma água na boca, acelera os batimentos cardíacos e, como consequência, a circulação sangüinea por todo o corpo. isso mesmo, todo o corpo. Já era. Os olhos brilham e ele cria uma batalha interna com o bom senso e a educação e solta um: ' Oi, gatinha'. A educação e o bom senso vêm de casa, por isso não podemos exigir mais das pessoas do que elas podem nos dar. Uns te elejem realeza em segundos com aquele delicioso : "oi, princesa'. Outros te jogam de volta para a barriga da sua mãe com : "oi , bêbê", ou te dão asas de presente com : 'Oi, anjo'. Calma, tive que parar um pouco de escrever e respirar, por quer tenho certeza que ser cantada por um pedreiro não é exclusividade minha, e sei que muitas hão de concordar que é muito, mas muito imbecil um homem achar que uma mulher vai dar mole, se sentir atraida por esse tipo de comportamento e a surpresa, não tão surpresa é: muitas mulheres dão mole, se sentem atraídas, por esse tipo de homem. Ok, cada um no seu quadrado, mas o meu quadrado só é meu, e eu não suporto ter que suportar esse tipo de situação. Não gosto de ser bem atendida só por que sou mulher. Não gosto quando falam manso, calmamente, com o corpo emitindo sinais comportamentais. Não gosto de adjetivos, de cortesias e nem de gente que 'pega' . Gente que fala pegando na gente pelo braço. Gente que se insinua. Não. Não. Não. Prefiro um homem grosso, chucro, mas educado e simpatico por naturza, do que aqueles que mudam totalmente sua maneira de ser por causa da presença de uma mulher. Isso pra mim é fraqueza, vulnerabilidade, por que as mulheres espertas se quizerem, fazem o que quizerem mesmo com um otário que se amolece por qualquer 'XX'.
Ou seja, como a ciência explica, não adianta se extressar e achar ruim. Talvez reza, resolva. Macumba, sei lá. Mas acho que só daqui a uns 10 anos ( se o mundo não acabar em 2012) as mulheres terão se revoltado com esse comportamento idiota que eles, os homens, terão desenvolvido outra maneira de atrair fêmeas, acasalar, reproduzir, perpetuar a espécie...
Postado por Kaline Rossi às 16:27 1 comentários
domingo, 17 de janeiro de 2010
A santidade pinga 2
Postado por Kaline Rossi às 14:48 0 comentários
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Postado por Kaline Rossi às 18:41 1 comentários